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Beco da grilagem. Grupo fraudava documentos para ocupar terra pública

Um dos golpistas chegou a registrar em cartório um espaço público avaliado em R$ 680 mil. Esquema é investigado pela PCDF

atualizado

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JP Rodrigues/ Metrópoles
1 de 1 - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma quadrilha suspeita de falsificar documentos públicos para grilar terrenos na Estrutural. Com a ajuda de estelionatários, grileiros forjavam cessões de direito a fim de tentar “esquentar” documentos que outorguem a posse sobre lotes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab). Em uma das ações descobertas pela PCDF, um dos golpistas chegou a registrar em cartório a escritura de um beco no centro da região administrativa avaliado em R$ 680 mil.

O esquema criminoso é investigado em inquéritos abertos pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema) e pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra a Administração Pública (Cecor).

Conforme a PCDF, o grupo contava com ajuda de laranjas que apareciam como cedentes nos documentos fraudados. Parte dos papéis era confeccionada pelos golpistas em uma lan house na própria cidade. O material era feito sob encomenda dos grileiros, que em troca pagavam pelos serviços em dinheiro ou em lotes irregulares.

Um dos suspeitos de fazer parte do grupo de estelionatários, Paulo Klimontovisc foi indiciado pela Cecor por falsificação de documento público, após tentar enganar servidores da Codhab falsificando uma declaração da Companhia Energética de Brasília (CEB). Nela, ele garantia que residia desde 2012 em uma área no centro comercial da Estrutural.

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Outros indiciamentos
A tentativa de grilar o beco foi descoberta quando o estelionatário se dirigiu até a Codhab para regularizar a situação do lote, no centro da região administrativa. Segundo o presidente da companhia, Wellington Luiz, fiscais foram até o endereço e descobriram a fraude.

“Ele afirmava no documento falsificado que vivia no local desde 2012, o que era mentira. Graças a uma ação rápida feita em parceria com a Polícia Civil, conseguimos evitar o golpe. Estamos em contato constante com a Cecor e a Dema para desarticular esses grupos criminosos”, explicou.

O beco em questão é vazado e tem frente para a via principal da Estrutural. Os fundos ficam voltados para uma área residencial. Apenas o lote frontal custa em torno de R$ 500 mil, enquanto o dos fundos tem valor de mercado próximo de R$ 180 mil. A ideia do grupo criminoso era construir comércios e residências no terreno e depois revendê-los.

De acordo com a delegada adjunta da Dema, Mariana Almeida, Paulo Klimontovisc e outros suspeitos já foram indiciados por falsificação de documento público, parcelamento irregular de terra pública e associação criminosa.

“Todos respondem criminalmente em inquéritos que já seguiram para a Justiça. Os grileiros entravam em contato com ele para a produção de documentos falsos e ganhavam com isso, ou através de lotes ou em pagamentos”, detalhou.

DF Legal
No início do ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou o foco no combate às invasões ilegais. Ao criar uma delegacia especializada para a área e mudar o nome da Agefis para DF Legal, o governador, Ibaneis Rocha (MDB), deu sinal verde para a realização de operações em oito pontos de sete regiões administrativas. Além disso, anunciou investimento na política habitacional a fim de diminuir a demanda por moradias.

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