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Amigos e parentes despedem-se de Shirley Rúbia, morta em hospital do DF

Ex-marido a matou a facadas em frente à filha de 4 anos, que estava em consulta com pediatra

atualizado

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Enterro de Shirley Rúbia, vítima de feminicídio, no Cemitério Campo da Esperança
1 de 1 Enterro de Shirley Rúbia, vítima de feminicídio, no Cemitério Campo da Esperança - Foto: null

Vítima de feminicídio, a segurança Shirley Rúbia Gertrudes, 39 anos, está sendo velada, na tarde desta quarta-feira (16/9), no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O ex-companheiro dela, Rafael Rodrigues Manoel, 35, foi velado pela manhã, a poucos metros da capela onde a família de Shirley se encontra reunida. Ele é o autor das facadas que mataram a mulher. Após o crime, Rafael cometeu suicídio.

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O velório de Shirley estava previsto para começar às 8h, na Capela 9, enquanto o de Rafael começou às 9h, na Capela 1. No entanto, a família da segurança adiou a cerimônia de despedida para as 14h desta quarta. O sepultamento ocorreu às 16h30.

Irmã da vítima de feminicídio, a dona de casa Mirlene Ronnie Gertrudes, 50, disse que o cunhado “era alguém muito querido” pela família de Shirley. Segundo ela, Rafael sempre demonstrou ser “pai maravilhoso e um marido que não deixava faltar nada em casa”.

“Ficou todo mundo em choque, ninguém esperava. Eu, inclusive, vim mais cedo para o velório dele, falar com os pais dele, pois era alguém que considerávamos da família”, contou.

Segundo Mirlene, Shirley só relatou a duas pessoas que sofria ameaças do ex-companheiro. “Dias antes do crime, acho que ela falou sobre isso com uma irmã e uma colega de trabalho. Mas não sei do que se tratavam essas ameaças. Parece que ele não aceitava o fim do relacionamento”, pontuou. Apesar do medo, Shirley não chegou a prestar queixa à polícia. O suspeito tem apenas o registro de um indiciamento, por furto, em 2014.

O casal estava separado há cerca de três meses. De acordo com Mirlene, os pais de Rafael “estão muito abalados”. “Eles gostavam muito da Shirley. Toda vez que reuníamos a família, sempre os pais dele estavam com a gente.”

A vítima deixou dois filhos, um adolescente de 17 anos e uma menina de 4 anos, que testemunhou o assassinato. A pequena chegou a dizer para os familiares que o pai havia matado a mãe. “Ela presenciou tudo. Quando chegou, foi dizendo o que tinha acontecido”, comentou a irmã de Shirley.

Ainda segundo informação de Mirlene, a família vai se reunir, nos próximos dias, para decidir sobre a guarda dos sobrinhos. “A vida dela eram os dois filhos. A partir de agora, vamos trabalhar todos em equipe, inclusive com os pais do Rafael, para ver como vai ficar a situação dos meninos”, acrescentou.

Ao descrever a irmã, a dona de casa elogiou o fato de Shirley sempre ter sido uma “mulher batalhadora”. “Muito guerreira, não tinha medo de trabalhar. Se ela saía de um emprego, conseguia outro logo em seguida. A gente ficava impressionado”, ressaltou.

“Uma mulher muito inteligente, divertida e animada. Não tinha quem ficasse triste perto dela”, completou Mirlene.

Covardia

Shirley e Rafael acompanhavam a filha numa consulta pediátrica no Hospital São Francisco, em Ceilândia Norte, na segunda-feira (14/9). Após um desentendimento entre os dois, o homem dirigiu-se ao carro, retornou ao consultório e desferiu vários golpes contra a ex-companheira. O crime foi cometido em frente à filha do casal — a menina não acompanhou o enterro — e diante do médico que realizava a consulta.

A cerimônia de despedida reuniu dezenas de familiares da segurança, na Capela 8. Desolados, amigos e parentes tentavam entender os motivos do feminicídio. Alguns disseram ao Metrópoles que Rafael não demonstrava ser violento e que parecia ser um “cara normal”. Eles estavam casados havia 6 anos.

Denuncie

Além da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), que permanece aberta mesmo em período de pandemia, existem quatro meios para recebimento de denúncias, em caso de ameaça ou violência doméstica: ligue 197, faça uma denúncia on-line ou ligue para o telefone 197 (opção zero). Também é possível registrar uma denúncia via e-mail (denuncia197@pcdf.df.gov.br) ou via WhatsApp (61) 98626-1197.

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