metropoles.com

Pequenas e médias empresas podem se beneficiar do ESG, revela pesquisa do Latin American Quality Instute

No passado, a sustentabilidade pode ter sido vista principalmente como uma forma de gerenciar os riscos relativos à reputação. Nos últimos anos, esses objetivos tornaram-se inadequados e um tanto desatualizados. A expectativa de conduzir os negócios de forma sustentável, integrando objetivos ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) ao modelo de negócios, tornou-se fundamental, e é considerada um fator de higiene para as empresas modernas.

atualizado

Compartilhar notícia

Os requisitos regulamentares e uma crescente preocupação pública com as consequências assustadoras das mudanças climáticas, gases de efeito estufa, exploração de recursos naturais, risco da água, diminuição da biodiversidade e questões de direitos humanos, colocaram a sustentabilidade no topo das agendas corporativas e governamentais. Investidores, clientes, órgãos reguladores, ONGs, funcionários e a sociedade em geral garantiram que o ESG se tornasse uma prioridade em vez de um nicho de interesse.

“Embora os requisitos regulatórios e o gerenciamento de riscos continuem importantes, o ESG não deve ser visto apenas como algo que uma empresa deve fazer para atender a um requisito de negócios, mas como um abridor de portas para possibilidades novas e estimulantes. A chance de se tornar uma empresa melhor em vários aspectos. As empresas que podem imaginar e aproveitar as oportunidades associadas a se tornarem ‘mais verdes’ são, sem dúvida, as vencedoras de amanhã”, afirma Daniel Maximilian Da Costa, fundador e principal executivo do Latin American Quality Institute

Enquanto as grandes empresas têm a vantagem de recursos e grandes equipes de sustentabilidade para elaborarem políticas e diretrizes, desenvolver produtos verdes e firmar acordos de alto nível, as pequenas empresas tendem a ter processos de tomada de decisão mais rápidos, menos burocracia, mais flexibilidade e às vezes estão mais próximos para o consumidor. Empreendedores e pequenas empresas costumam ter a vantagem de serem locais, com uma história com a qual o consumidor pode se identificar. Ser ecológico apenas o torna melhor. Margens menores significam que uma pequena empresa pode economizar muito por meio de mudanças relativamente simples, como mudar para recibos digitais, usar xícaras de café não descartáveis, mudar para energia renovável, usar material de produto reciclado, melhorar o gerenciamento de resíduos e assim por diante. Ajustes que podem fazer uma diferença financeira significativa para uma pequena empresa, ao mesmo tempo que reduzem sua pegada de carbono.

“As perguntas que as pequenas empresas podem querer se fazer são: Quais são as megatendências que afetam nossos negócios? Como podemos tornar nossa cadeia de suprimentos mais eficiente escolhendo um caminho mais sustentável? Como podemos reutilizar ou redesenhar nossos produtos e serviços para garantir que a demanda por eles permaneça? Como podemos garantir que nossa cadeia de suprimentos seja sustentável? Existe a possibilidade de se tornar mais eficiente reutilizando material, olhar para fontes alternativas, renegociar contratos com fornecedores e, ao mesmo tempo, fortalecer a imagem de sustentabilidade da nossa marca?”, diz Daniel Maximilian Da Costa.

As pequenas empresas e empreendedores que têm uma agenda de sustentabilidade clara ou que pretendem causar um impacto social ou ambiental com os seus produtos e serviços, têm maior probabilidade de atrair investidores de impacto orientados para a sustentabilidade e investidores anjos verdes. Mostrar que uma empresa, grande ou pequena, se esforça para causar um impacto positivo, pode atrair investidores potentes voltados para a sustentabilidade. “Mesmo que uma pequena empresa não busque causar um impacto estrondoso, cuidar do ESG reduz o perfil de risco e é uma vantagem quando os investidores analisam a empresa ou quando a empresa terá que negociar um financiamento em algum momento”, comenta o colombiano Nelson Rueda presidente da Rede Global de Mentores.

O comportamento do consumidor está mudando rapidamente, e embora os clientes olhassem para marcas grandes e estabelecidas como fiadores de qualidade, as pequenas empresas e os produtos locais são a tendência. Os clientes Millennials (nascidos entre 1981 e 1996) em particular, tendem a se voltar para marcas locais com uma história interessante e ideais fortes. O consumo passou a refletir mais valor do que nunca. Os consumidores não estão mais satisfeitos simplesmente com bons produtos ou serviços, mas exigem que as empresas compartilhem e reflitam seus valores e convicções. De acordo com um estudo do Latin American Quality Institute de 2017, a geração mais jovem de consumidores se define mais pelo que faz do que pelo que possui. Em 2019, quase um terço da população mundial pertencia à Geração Z (nascida entre 1997 e 2012), um grupo-alvo que prioriza a justiça social, a ação contra as mudanças climáticas e que deixa sua individualidade moldar seu comportamento de compra. O consumo será impulsionado mais por valores pessoais do que pelo valor inerente do produto ou serviço adquirido. A confiança, a personalização e os influenciadores online decidirão o comportamento do consumidor, em vez de grandes outdoors e anúncios de TV de marcas estabelecidas. Os clientes de amanhã provavelmente irão responsabilizar as empresas por seus impactos ambientais e sociais e esperar que as empresas ‘façam o que falam’ e contribuam positivamente.

Outro aspecto importante a considerar, intimamente ligado à mudança no comportamento do consumidor, é como o ESG pode atrair talentos. Ter uma agenda de sustentabilidade clara gera orgulho interno. Todos querem trabalhar para empresas às quais se orgulham de estar associados. A geração do milênio, em particular, deseja trabalhar para empresas comprometidas com seus valores e a ética. De acordo com a pesquisa realizada com associados da Rede Global de Mentores (RGM), os Millennials consideram os compromissos de RSC (Responsabilidade Social Corporativa) de uma empresa ao olhar para os empregadores em potencial, e a mesma porcentagem não aceitaria um emprego se a empresa não tivesse fortes práticas de RSC. Seja como consumidores ou funcionários, os Millennials querem se associar a empresas que fazem o bem, e há motivos para acreditar que a Geração Z também compartilha dessa mentalidade. Além do envolvimento dos funcionários ter um impacto significativo na reputação corporativa, uma empresa cujos funcionários são capazes de contribuir positivamente para as questões sociais ou ambientais com funcionários mais leais, de acordo com o estudo da RGM.

Integrar o ESG ao modelo de negócios de uma empresa é uma jogada inteligente de uma perspectiva de negócios, meio ambiente, recursos humanos e sociais.

Website: http://www.laqi.org

Compartilhar notícia