Novidades, inovações e tendências são o tripé do Salão do Móvel de Milão (Fuore de Salone), na Itália. Após mais de dois anos de pandemia, uma das maiores feiras mundiais do segmento abriu as portas entre os dias 7 e 12 de junho, apresentando grandes marcas como Dolce & Gabbana, Balenciaga e Cassina. Na ocasião, arquitetos, designers e apaixonados por decoração foram surpreendidos a cada exposição de móveis.
O evento reuniu 2.175 expositores de todo o mundo na capital mundial da moda e do design. Desde 1961, a feira concentra consumidores e especialmente profissionais da área para trocar experiências e exportar talentos.
Uma das presenças no Salão foi da arquiteta brasileira Renata Zappellini, frequentadora nata do evento há mais de 20 anos. Depois da imersão da profissional nessa recente semana de exposições, a Finitura Acabamentos, que faz parte do grupo AC Coelho, junto com a empresa Roca Cerâmica, estreou o Roca Talks Noite Italiana nessa terça-feira (5/7), no espaço da Finitura. De tom intimista, com música ambiente e buffet de essência italiana, o encontro permitiu que a arquiteta trouxesse a experiência vivida na Semana do Móvel de Milão aos entusiastas presentes.
Para o gerente de Relacionamento da Finitura Acabamentos, Leonardo Macedo, a palavra que define o Roca Talks é atualização. “Nossa ideia é imergir arquitetos e clientes na especificação de qualidade, presenciada no movimento da Semana do Móvel de Milão. A Finitura investe bastante no cliente para que possa sair à frente no mercado. Precisamos agregar conhecimento e gerar troca de ideias e energia.”
“O grupo AC Coelho está sempre em evolução. Isso já faz parte da nossa história. Afinal, somos feitos de fases e, agora, estamos transcendendo a uma nova e próspera fase. O Roca Talks é um momento de troca de ideias, opiniões e experiências.”
Aderivaldo Nascimento, gerente de Compras do grupo AC Coelho
O Roca Talks foi um momento oportuno de adquirir conhecimento para os profissionais das áreas de arquitetura, design e decoração, além de entusiastas no assunto, que não puderam desfrutar do movimento de forma presencial, na Itália, em junho deste ano. Sob o comando da arquiteta Renata Zappellini, o público presente ficou por dentro das tendências do mundo moveleiro.
De acordo com a profissional, formas, cores e texturas estavam muito fortes no evento. Devido à pandemia, as categorias focaram no acolhimento das pessoas, a partir de simetria aconchegante. O objetivo? Gerar bem-estar nos apreciadores. Sendo assim, os formatos arredondados e curvilíneos roubaram a cena. E eles podem ser encontrados em diferentes objetos.
05/07/22- Finitura Acabamentos-Roca Talks Finitura. Fotos: Deiviane Linhares/ Especial MetrópolesBate-papo com a arquiteta Renata ZappelliniDeiviane Linhares/Especial Metrópoles
05/07/22- Finitura Acabamentos-Roca Talks Finitura. Fotos: Deiviane Linhares/ Especial MetrópolesArquiteta Renata Zappellini contou sobre a experiência na Semana do Móvel de Milão no evento Roca TalksDeiviane Linhares/Especial Metrópoles
Consolidação do conceito
O conceito de gerar bem-estar pode ser encontrado em móveis e objetos de decoração distintos, como sofás, poltronas, mesas e tapetes. A ideia de execução por trás dos móveis pauta a maxi textura, ou seja, aproveita todo o espaço do artigo, sem deixá-lo opaco. Confira alguns dos exemplos apresentados no evento:
- Sofás: contêm formatos arredondados, e todo o núcleo do item é aproveitado, com estrutura macia.
- Poltronas: revelam a sensação de conforto como um todo, assumindo valores do universo feminino, como a delicadeza, por exemplo.
- Mesas: boa parte é feita a partir da reconstrução de peças, ou seja, com material já existente, que, quando unido a outro, faz surgir outro móvel.
- Tapetes: são verdadeiros convites a ficar descalço, devido ao material macio de produção. A ideia é fazer com que o público os experimente mesmo.
Núcleos como parede, revestimento, lastra e mármores também apelam para o sensível. Sendo assim, chamam a atenção para o tato. Tudo dá vontade de tocar, na avaliação de Renata. “Os tecidos são tecnológicos ao mesmo tempo em que são agradáveis. Um aspecto aveludado assume protagonismo nas peças”, explicou.
Referência para o Brasil
Para Renata Zappellini, todo o cenário da Semana do Móvel de Milão foi interessante. Contudo, dois aspectos foram mais marcantes para a arquiteta: a retomada enérgica do design e um mega conceito por trás de cada peça, como a emergente ação sustentável, por exemplo.
O evento se concentrou em uma mudança de paradigma da casa, ambientado em um cenário de personalização e sustentabilidade. “Os expositores estão preocupados com a natureza. E, para isso, não só falam dela, como também mostram o processo de fabricação, mostrando de onde veio e para onde foi cada componente. Estão focados em peças atemporais, que durem, o que contribui para um movimento biodegradável”, explanou.
“É sobre valorizar a autenticidade, personalidade e o senso de comunidade. Entender que o bem-estar se interconecta com o todo, ou seja, cuidar da natureza é cuidar de si mesmo.”
Renata Zappellini, arquiteta
Este ano, o evento também contou com pavilhões especiais para o futuro da cozinha. Os espaços exploraram bastante a tecnologia alinhada ao bem-estar. Segundo a arquiteta, a ideia pode chegar ao país, mas não a curto prazo. “A cozinha por lá deixou de focar em objetos no vertical. Ela aponta para o horizontal, facilitando a agilidade de movimentos gastronômicos, levando em conta o fato de que a cafeteira vai estar perto do fogão, que vai estar perto da pia, e por aí vai.”
A Semana do Móvel de Milão fez uma curva de tendência e inovação, potencializando o setor. De acordo com Renata Zappellini, deve-se olhar para o global e, depois, agir no local. “A gente vai para o exterior e tenta implantar o que se viu por lá aqui no Brasil. E está tudo bem. Porém, para fazer ações em terras brasileiras, devemos nos atentar para o fato de que vivemos com outro clima, cercados de diferentes culturas”, pontuou.
Finitura e Roca em Milão
A Finitura Acabamentos e a Roca Cerâmica também estiveram na Semana do Salão do Móvel de Milão. Lá, foram representadas pelo arquiteto Felipe Reis, ganhador de uma ação da Roca em 2019. Mas, devido à pandemia, a premiação da viagem junto com a visita ao Salão do Móvel de Milão foi adiada.
Para Felipe Reis, a conquista do prêmio permite alinhar o que há de fora com o que pode ser aplicado dentro do Brasil, em Brasília, cidade mais restrita que Rio de Janeiro e São Paulo. “Isso é muito enriquecedor enquanto profissional porque conseguimos trazer inspirações, elementos que vão ser usados nos próximos anos”, enalteceu.
Roca Talks
Segundo o representante da Roca, Edisio Júnior, o evento Roca Talks foi o primeiro de uma série de ações, e a ideia também se baseia em mostrar o que há por trás dos produtos: o conceito carregado.
“Para que consigamos agregar conceito, temos de ter influência. Então, a gente se inspira fortemente na indústria da moda, vinda da Itália”, argumenta.
Júnior afirmou que a equipe de diretores da Roca se reunirá para a escolha de um novo mix, diretamente na fábrica da corporação, no Paraná (PR). “Nosso intuito é trazer lançamentos, reformulação de showroom, tendências, conceitos, além de pautar a ideia da imersão de arquitetos na fábrica-sede”, projeta.
Finitura Acabamentos
SIA Trecho 2, Lotes 845/875
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