Descubra as vantagens das aulas de culinária nas escolas

Além de estimular hábitos saudáveis nos pequenos, o contato com os alimentos ainda proporciona novos conhecimentos em outras áreas

Paula Filizola
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Cozinhar na infância é muito mais do que só diversão. Além de desenvolver hábitos saudáveis nos pequenos, a cozinha experimental com crianças estimula uma série de competências e habilidades enriquecedoras de forma extremamente lúdica. Afinal, aprender sobre os números, as cores e os tamanhos fica bem mais divertido com a mão na massa. Com isso em mente, várias escolas têm incluído no currículo aulas de cozinha experimental nas fases iniciais.

Por meio da culinária, os professores conseguem trabalhar conteúdos de forma multidisciplinar, saindo um pouco da sala de aula, mas sem deixar o conhecimento de lado. Em aulas práticas, eles estimulam criatividade, coordenação motora, cooperação, capacidade de organização e paciência nos alunos. Além disso, ainda é possível trabalhar outros conteúdos, por exemplo: de matemática, ao pesar e dividir alimentos; de português, com a leitura de receitas; e a transformação dos alimentos e os nutrientes, em biologia e química. As lições na cozinha também servem de gancho para os educadores abordarem com os estudantes questões sociais, como desperdício de comida, excesso de lixo e respeito à natureza. 

Segundo a nutricionista Amanda Branquinho, que atua no berçário da Procuradoria-Geral da República (PGR) e mantém a conta no Instagram @papinhapratica (com quase 34 mil seguidores), a iniciativa pode ser muito positiva, especialmente para estimular a conscientização sobre alimentação nas crianças por meio do contato com alimentos in natura e preparações culinárias.

“Estudos mostram que preparar o próprio alimento aumenta as chances de as crianças provarem e gostarem do alimento, porque elas conhecem novos sabores, novas preparações e texturas, aprendendo as origens e como os alimentos chegam à nossa mesa”, afirma a especialista. 

Famílias aprovam
A modalidade tem agradado aos pais. A fotógrafa Cristiana Carvalho aprova a ideia de sua filha de 4 anos, Luana, ter aulas de culinária experimental na escola desde o maternal. Entre as tarefas da turma estão manusear e cheirar frutas, inclusive algumas regionais menos conhecidas. “Isso vai atiçar a curiosidade e a vontade de experimentar e, a partir daí, ampliar o paladar”, considera a mãe. 

Para Cristiana, um dos papéis da escola, principalmente na educação infantil, é estimular e apresentar bons hábitos ligados à saúde e ao autocuidado. Além de conhecer novos alimentos, Luana e os coleguinhas ainda fazem receitas de bolos, panquecas e até pastéis.

Apesar de a ideia ser muito boa, é preciso ter atenção quanto à execução. A nutricionista Amanda Branquinho reforça a necessidade de a escola estimular preparações saudáveis para que as crianças se espelhem nesse modelo de alimentação. Por isso, ela recomenda que as aulas sejam preparadas com o apoio de uma nutricionista para que sirvam efetivamente como ferramenta de educação nutricional. 

Cristiana defende as aulas de culinária exatamente como um contraponto aos produtos industrializados que muitas vezes circulam nas escolas, devido à variedade de lanche que cada aluno leva. Por mais que os pais cuidem da alimentação em casa, eles não podem controlar aquilo ao que os filhos terão acesso na rua, considera a fotógrafa. “Acho legal a escola ter a preocupação em dar esse norte e ensinar a criança a cuidar da própria alimentação”, finaliza. 

Educação do Amanhã 2019
Lançado em 2018 pelo Metrópoles, o projeto Educação do Amanhã tem o objetivo de discutir novas metodologias e conceitos do processo educativo, além de estimular novas habilidades nos jovens do século 21.

Neste ano, ao longo de duas semanas, o portal publicará uma série de conteúdos relacionados às mudanças na área da educação: o que esperar da escola do futuro, o universo tecnológico e as tendências no processo de aprendizagem. Além, é claro, do novo papel do professor diante deste cenário repleto de desafios.

A iniciativa tem patrocínio da Casa Thomas Jefferson, Colégio Ideal, Colégio Objetivo, AISEC e Colégio Marista João Paulo II.

O encerramento do projeto será marcado com a realização de um seminário no auditório do Edifício Íon, na SQN 212, Asa Norte (DF), que incluirá palestras inspiracionais, impactantes e reflexivas sobre como o processo educacional está em transformação nos dias atuais.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla. Confira as palestras:

Educação para o século XXI
Palestrante: Rui Fava

A sala de aula inovadora
Palestrante: Fausto Camargo

Culturas de pensamentos e investigação na escola
Palestrante: Clarissa Bezerra

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