Sexo natureba: mercado erótico investe em acessórios ecológicos

Confira as opções para transar sem se preocupar com o impacto ambiental de camisinhas e lubrificantes

Giulia Roriz
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Em tempos de mudanças climáticas, aumenta o número de pessoas conscientes da necessidade de proteger o meio ambiente. Segundo pesquisa do governo realizada em 2018, 27% dos brasileiros dizem ter preocupações ecológicas, percentual duas vezes maior que o de seis anos antes. 

Mas, quando o assunto é sexo, poucos conhecem as alternativas para manter relações sustentáveis. O chamado “sexo ecológico” vem ganhando adeptos por todo o mundo, além de diversos acessórios para tornar a vida sexual de quem está preocupado com a saúde da Terra mais fácil. 

Camisinha biodegradável

Feita de látex orgânico, vegana, não tóxica e não testada em animais, a primeira camisinha biodegradável foi lançada recentemente. Chamado de Sustain, o preservativo foi criado por Jeffrey Hollender, cofundador da empresa Seventh Generation, em parceria com sua filha Meika.

As vendas são feitas apenas pelo site oficial da marca e 10% dos lucros são revertidos para uma iniciativa de saúde reprodutiva feminina.

A marca conta ainda com absorventes internos, coletores menstruais e lubrificantes naturais e orgânicos. 

Vibrador de madeira

Para os que gostam de se masturbar com objetos, há uma opção no mercado que foge do padrão “pênis de plástico”. Um brinquedo erótico feito de madeira que leva o nome sugestivo de Ápice promete levar o usuário ao céu.

Os dildos de madeira surgiram de um bate-papo informal entre os artistas visuais brasileiros Guga Szabzon e Taygoara Schiavinoto. “A madeira, se bem trabalhada, pode ser extremamente macia, quente e sensível ao toque”, disse Taygoara ao portal Hypeness.

Os artistas questionam o motivo pelo qual algumas pessoas ainda têm vergonha de seus objetos de prazer. Os inventores decidiram confeccionar os dildos não só para masturbação mas também para decoração de qualquer ambiente. “Tornar o prazer mais natural e bonito faz uma conversa ser divertida e sem tabus”, afirmaram.

O processo de confecção é todo manual, com madeiras maciças que variam de cor, peso e textura. Para adquiri-los, basta entrar em contato por meio do Instagram da marca. A faixa de preço varia depende do tamanho, tipo de madeira e complexidade da forma, podendo custar de R$ 200 a R$ 450.

Lubrificante vegano

A Emile Cosméticos, instalada em Mairiporã (SP), tem linha de géis e lubrificantes eróticos veganos. A empresa troca substâncias de origem animal por similares vegetais que prejudicam o efeito. Como os óleos que esquentam a pele, normalmente fabricados com glicerina oriunda do couro do boi. Na Emile, eles são feitos com glicerina vegetal e um ativo desenvolvido em laboratório, também com matérias-primas vegetais, chamado hot act.

Ativismo sexual

O sexo contribui para a causa ecológica também por meio do ativismo. O norueguês Tommy Hol Ellingsen e sua companheira, a sueca Leona Johansson, mantêm desde 2004 a organização não governamental (ONG) Fu*k for Forest (FFF), que já arrecadou cerca de US$ 350 mil para financiar projetos ambientais em países como Peru, Equador, Costa Rica, Eslováquia e Brasil.

A sede da ONG, que promove o “pornô ecológico”, fica em Berlim e conta com 4 mil “ativistas sexuais”, que contribuem com fotos e vídeos eróticos em ambientes naturais oferecidos pelo site. A arrecadação é feita via pagamento de mensalidade de internautas que desejam acesso ao material.

Outra organização que segue a mesma linha é a francesa Nu pour la Planète. Fundado há três anos, o grupo usa o  nu artístico como forma de sensibilizar as pessoas sobre a causa ecológica, com a promoção de exposições e mostras de filmes.

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