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“Se mostrar ao mundo é um ato de coragem”, diz atriz pornô Mia Linz

Estrela queridinha da indústria pornô brasileira, Mia Linz se reinventou durante a pandemia e garante que hoje é uma mulher mais livre

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Mia Linz
1 de 1 Mia Linz - Foto: Foto: Reprodução/Instagram

Quem é fã, ou mesmo simpatizante, das produções pornográficas brasileiras certamente já ouviu falar de Mia Linz. A paulistana de 28 anos é uma das estrelas pornôs mais requisitadas da indústria, e estrela diversos títulos da produtora Sexy Hot – inclusive o filme Desejo Proibido, um dos dois primeiros da empresa a contar com audiodescrição e legendas descritivas, para cegos e surdos.

Além de atriz, Mia também é camgirl e conta, atualmente, com 265 mil seguidores em sua conta do Instagram. Em bate-papo com a coluna Pouca Vergonha, a artista compartilhou um pouco sobre as mudanças no trabalho durante a pandemia, empoderamento e carreira. Confira:

Como começou seu interesse pela indústria pornográfica e como foi seu início na carreira de atriz de filmes adultos?

Eu frequentava casas de swing com meu ex-marido e a gente gostava bastante disso. Tinha também uma casa de shows, mas estava muito estressada e sobrecarregada. Eu sentia que precisava fazer outra coisa. Como já tinham rolado alguns convites para o mundo pornô, resolvi experimentar e gostei.

Você já passou ou ainda passa por algum tipo de preconceito por conta da sua profissão? Como você lida com isso?

Passei sim. Eu lido de forma natural, já estou acostumada com isso. Vim de uma família formada por pessoas com deficiência, então cresci vendo o preconceito de perto.

Você é atriz na indústria pornô tradicional, que exige muito contato físico. Você precisou se reinventar durante a pandemia em relação ao trabalho, como as meninas que passaram a fazer camming e apresentações ao vivo? O que você fez?

A indústria está voltando aos poucos, com todos os cuidados necessários, mas no começo, por um tempo, tudo foi suspenso. Aconteceram muitas mudanças durante esse período, e a principal foi disponibilizar minha intimidade dentro de casa. Eu passei a vender assinaturas para as pessoas acompanharem meu dia a dia, e está dando muito certo.

Você é muito presente nas redes sociais, e conta com mais de 260 mil seguidores atualmente. Durante a quarentena, as redes foram importantes para você se conectar mais com seu público?

As redes sociais são uma parte fundamental no meu trabalho e acredito que sem elas não é possível trabalhar. Elas também acabam sendo um termômetro. É por lá que eu acompanho o que agrada ou não o público.

E quanto ao temido “tesão acumulado” da quarentena? O que você fez para lidar com ele?

Tentava aliviar com brinquedinhos, porém chegou um ponto em que precisava de um toque. Essa foi a parte mais difícil sendo solteira.

Você acredita que a pandemia causou mudanças nos fetiches das pessoas? Percebeu alguma preferência maior por algum tipo de fantasia nesse período?

Eu percebi que as pessoas ficaram mais carentes em 2020. As pessoas passaram a conversar mais e gostar mais de historinhas. Simplificaram um pouco. Hoje a conversa, o toque, o contexto está sendo mais relevante.

Das mudanças que a indústria pornográfica precisou passar por conta da pandemia, quais delas você acredita que continuarão em 2021 e, possivelmente, vão continuar mesmo após a vacina?

Acredito que medidas como álcool e máscara serão acessórios permanentes e que veremos durante vários anos.

Existe uma linha feminista que não concorda com a pornografia e a objetificação da mulher como forma de empoderamento. Você se considera uma mulher empoderada? Como seu trabalho como atriz pornô te ajudou a se tornar a mulher que você é hoje?

Tudo em excesso faz mal, até mesmo o feminismo. Existe uma linha tênue entre a reivindicação e o radicalismo, e muitas têm a ideia errada de que quem entra na indústria é por falta de opção ou é uma coitada, e a realidade não é essa. Muitos homens e mulheres estão ali por livre escolha. Hoje estamos mudando essa visão, pois o pornô para mulheres está aí, evoluindo a cada dia. Isso me deixa muito feliz.

O pornô me ajudou a ser o que sou hoje: uma mulher livre e sem medo de julgamentos. Entrar na indústria só reforçou meu empoderamento. Se mostrar ao mundo é um ato de coragem.

Para as mulheres, de uma forma geral, quais os maiores desafios da indústria pornográfica tradicional?

O maior desafio é o julgamento da sociedade. A pressão em cima das atrizes é grande, e a nossa luta diária é mostrar que o pornô também é um trabalho digno no qual merecemos respeito.

Quais são os planos de carreira para 2021?

Em 2021 quero expandir os horizontes, continuar fazendo filmes e me dedicar a um projeto de orientação para mulheres que desejam se empoderar. Também escrevi um livro nesse ano que passou, e se der tudo certo lanço ainda em 2021.

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