Hierarquia e obediência na cama: veja 10 curiosidades sobre o BDSM

Ainda visto com preconceito por muitas pessoas, o estilo de vida tem regras, é baseado em segurança e não está relacionado a abuso

Thamara Oliveira
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“Quarto vermelho”, cordas, couro, chicotes, cintas, coleiras… são muitos os elementos BDSM que se popularizaram nos últimos anos, mas a verdade é que a maior parte das pessoas não sabe, de fato, do que se trata e como funciona esse mundo.

Visto como uma prática violenta e que deixa muita gente com o pé atrás, dentro de quatro paredes as sessões são mais comuns que se imagina. E, quando feitas da maneira correta e segura, pode trazer muito prazer aos envolvidos.

Para desmistificar algumas crenças em torno do assunto, a sexóloga e estudiosa do BDSM, Erika Thinen, elencou algumas das principais curiosidades sobre o tema. Confira:

1 – O que significa BDSM?

A sigla é a junção de Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo. O termo foi criado na década de 80, quando os praticantes perceberam que, com a popularização, foram surgindo abusos e práticas sem controle. O acrônimo trouxe também regras que legitimam os verdadeiros adeptos.

2 – São, seguro e consensual

O SSC é a base fundamental do BDSM. São: diz respeito à sanidade dos praticantes, que devem ter controle de suas faculdades mentais, e nem estar sob influência de álcool, drogas e remédios durante uma sessão.

Seguro: um ambiente propício com higiene; cuidados pré e pós; capacitação, experiência e destreza são obrigatórios nas sessões para diminuir qualquer risco aos envolvidos.

Consensual: autoexplicativo, tem a ver com todas as partes estarem plenamente de acordo com o que está acontecendo. Aqui são definidos previamente os limites de cada um e o que vai acontecer em seguida.

3 – Palavra de segurança

Parte do segundo S de SSC, a palavra de segurança é algo que possa ser dito por qualquer um dos envolvidos durante a sessão, caso algum dos limites tiver sido ultrapassado ou haja algum desconforto. Ela é essencial e deve ser definida antes do início da prática, podendo ser também gestos e movimentos.

4 – Não é (só) sobre dor

Ainda que muitas práticas envolvam dor física, ela não necessariamente vai estar presente em uma sessão. A principal característica do BDSM é a dominação e a submissão, que tem a ver com obediência e hierarquia, e existe um grande leque de ações que não envolvem sentir dor.

5 – Top e bottom

Top e bottom, traduzidos para o português, querem dizer, respectivamente, “parte superior” e “parte inferior”. Durante as sessões de BDSM, os nomes são usados para definir o papel dos participantes – o dominador é chamado de top, e o submisso de bottom.

6 – É diferente de fetiche e kinky

As pessoas costumam colocar tudo no mesmo saco, mas o BDSM é mais restrito do que pode aparentar. A principal diferença é justamente a ligação com dominação e submissão. Se o foco estiver no prazer sexual e não na obediência do bottom ao top, pode ser considerado fetiche ou kinky, mas não BDSM.

7 – Vai além do sexo

Ainda que a prática tenha, aos olhos dos leigos, um grande apelo erótico, o BDSM não se trata apenas de uma prática sexual, mas sim de um estilo de vida com foco na obediência à hierarquia. Muitas vezes não chega nem a acontecer o sexo em si durante as sessões.

8 – Não deve ser um relacionamento abusivo

Muitas pessoas enxergam com preconceito o BDSM por acreditarem se tratar de um ato violento e abusivo. Mas as regras e preceitos do SSC foram criados justamente para padronizar as práticas e evitar que abusadores se intitulem como tops.

O top pode ter controle total de todas as esferas da vida do bottom, desde como e o que ele vai comer ou vestir, até como vai estudar e trabalhar, mas tudo pautado pelo SSC e acordado entre os dois.

9 – Mundo de acessórios

Mesmo que no Brasil ainda pode se considerar o mercado restrito, em países como os Estados Unidos e os da Europa há uma imensidão de produtos para o público BDSM. Desde roupas e sapatos até acessórios para as diferentes práticas.

10 – BDSM no audiovisual

Apesar de ter sido o grande divulgador do estilo de vida, 50 Tons de Cinza não é o único que traz o assunto aos de fora. Recentemente, a série original Netflix intitulada Amizade Dolorida (Bonding, originalmente) deu o que falar e, diferente do best-seller, mostrou ao público a parte não sexual da dominação.

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