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Narizinho é Lula. Ela é inflacionista. Logo, Lula é inflacionista

Basta prestar atenção em Gleisi: a inflação está contratada pelos próximos quatro anos. Selic alta não é causa, é consequência

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RICARDO BOTELHO/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES
Lula e gleisi hoffmann
1 de 1 Lula e gleisi hoffmann - Foto: RICARDO BOTELHO/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES

Nesta semana, teremos outra vez Lula reclamando publicamente de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, por causa da taxa básica de juros. A previsão é que a Selic seja mantida no patamar de 13,75% ao ano, porque a inflação não dá sinal de que esteja cedendo. Além da manutenção dessa porcentagem estratosférica, o que se projeta na Faria Lima é que, na ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que acompanha o anúncio da taxa básica de juros, haverá uma sinalização de que ela poderá começar a cair na metade do ano, se determinadas condições forem obedecidas. Se e somente se.

O mercado, esse otimista incurável até o próximo pessimismo, acha que a inflação deverá ser domada até lá, apesar de o governo Lula ser gastão e a despeito de o teto de gastos vir a ser substituído por um arcabouço fiscal que, sinceramente, amiguinhos, será para inglês ver e torcer o nariz. Ou alguém acredita de verdade que um governo que quer torrar dinheiro vai abaixar o limite do seu próprio cartão de crédito? O mercado não acredita, mas quer acreditar. Otimismo. Incurável. Até o próximo pessimismo.

Pode ser que o cidadão Roberto Campos Neto e os demais integrantes do Copom, na tentativa de serem mais políticos com Lula e não colocarem mais óleo na fritura de Fernando Haddad (sempre pode vir coisa pior), reduzam a taxa básica de juros em, sabe-se lá, 0,25 ponto percentual. Seria um aceno, nada mais do que isso, mas ele poderia ser lido como sinal de fraqueza do Banco Central, uma bandeira branca de capitulação. E não vai satisfazer o presidente petista.

Tenha ou não aceno, com o governo gastão de Lula, a inflação brasileira está contratada pelos próximos quatro anos. Basta prestar atenção — nem é preciso muita — no que Gleisi Hoffmann diz e escreve. Em 18 de março, ela tuitou o seguinte, naquele seu estilo pitoresco:

“Se é verdade que a economia crescerá menos este ano, segundo indicadores divulgados pelo governo, precisamos então aumentar os investimentos públicos e não represar nenhuma aplicação no social. Em momentos assim, a política fiscal tem de ser contracíclica, expansionista.”

Narizinho é Lula. Narizinho é inflacionista. Logo, Lula é inflacionista.

“Livros de economia estão superados”, disse o inflacionista. Corolário: Selic alta não é causa, é consequência. De falta de leitura, inclusive.

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