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Na cama com o PT

O partido é comparável a um personagem da mitologia grega. Se quiser saber quem é, leia abaixo

atualizado

Igo Estrela/Metrópoles

Nos 43 anos de aniversário do PT, a trajetória do partido me fez lembrar da cama de Procusto.

O passatempo desse personagem da mitologia grega era sequestrar viajantes que passavam por seus domínios. Ele os sequestrava, oferecia-lhes um banquete e, na hora de dormir, convidava-os a dormir numa cama de ferro. Se a pessoa fosse maior do que a cama, Procusto cortava as pernas dela com um machado, para que coubesse na medida exata; se fosse menor do que a cama, ele a esticava por meio de suplícios. De um jeito ou de outro, era preciso que o viajante ficasse do tamanho da cama.

Quando o PT foi criado, o Brasil era menor do que a cama do partido. O país vivia os estertores da ditadura militar, e o PT começou a esticar ideologicamente a sociedade, para que coubesse no seu leito esquerdista, depois de tantos anos de encolhimento político. Quatro décadas depois, o partido quer cortar as pernas dessa mesma sociedade, que já não cabe na cama de ideias vencidas pela história, a despeito de tantos atrasos no seu crescimento.

No Dictionnaire des Symboles (Dicionário de Símbolos), de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Procusto é definido da seguinte maneira: “É um símbolo perfeito da banalização, da redução da alma a uma medida convencional. É a perversão do ideal em conformismo. É um símbolo dessa tirania ética e intelectual exercida pelas pessoas que só toleram as ações e julgamentos dos outros sob a condição de que estejam em conformidade com os seus próprios critérios. Símbolo do tirano totalitário, seja ele um homem, um partido ou um regime.”

A definição é perfeita, não precisamos esticá-la ou cortar as suas pernas. O PT é o Procusto brasileiro.






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