Opinião: o melhor e o pior da TV em 2022

Entre erros e acertos, Globo, SBT, Record, Band e RedeTV! reservaram este ano pra arrumar a casa após o estrago causado pela pandemia

Cadu Safner
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2022 foi ano em que as emissoras de TV reservaram pra arrumar a casa após o estrago causado pela pandemia da Covid-19. Enquanto algumas ainda estão aos cambaleios, outras seguem se esforçando na organização da bagunça na programação. Entre erros, acertos e várias ciladas, Globo, SBT, Record, Band, RedeTV!, Cultura, CNN Brasil e TV Jovem Pan ainda tiveram pela frente as eleições e uma Copa do Mundo. Para a coluna LeoDias é notório e louvável o quanto cada uma fez valer sua retomada no campo competitivo em busca de melhor posicionamento e o reencontro com o grande público. Desta forma, nossa reportagem lista o que de melhor e pior nossas emissoras produziram neste ano.

Antes da análise, cabe ressaltar o quanto a TV ainda é o principal veículo de consumo nos lares de todo território brasileiro. Com vantagem de alcance exponencial em relação ao streaming, com 79% de tempo consumido, segundo aponta um estudo recente da Kantar IBOPE Media, as emissoras estão bem longe de serem engolidas por essas plataformas e outras mídias.

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Juma Marruá
Joaquim e Isadora
Futuro de Poliana Abritta é incerto
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Adriane Galisteu apresenta A Fazenda 15
Cátia Fonseca e Faustão
Sonia Abrão no A Tarde É Sua
Chris Flores no Fofocalizando
Silvio Santos durante gravação do Troféu Imprensa - Metrópoles
Rodrigo Faro e Silvio Santos
Tadeu Schmidt e Pedro Bial

Teledramaturgia

O melhor: Pantanal encerrou seu ciclo em outubro e foi o produto responsável por reacender o amor dos brasileiros por narrativas mais simples e clássicas, além de, é claro, impulsionar a audiência de toda a programação da Globo. A releitura da obra de Benedito Ruy Barbosa provou o quanto o folhetinesco ainda é soberano no gosto popular em relação a pouca aceitação de tramas extremamente inovadoras, com aspecto de série.

Na lista também entra a encantadora Além da Ilusão, de Alessandra Poggi. Novela que aparentemente teria Larissa Manoela como grande chamariz, mas surpreendeu pelo conjunto da obra. Bastaram poucos capítulos para prender o público do início ao fim, com atuações brilhantes e uma história que cativou. Após muitos anos de novelas passando literalmente batidas na faixa das 18 horas, a Globo voltou a ter uma produção realmente marcante.

O pior: SBT insistiu numa 2ª temporada de “Poliana”, mas esqueceu de perguntar se o público tinha interesse. A história infanto-juvenil estreou sob expectativas após a emissora “vendê-la” como a mais bem produzida de toda sua história, algo realmente voltado para adolescentes, quase uma nova Malhação. Mas a verdade é que a abordagem da tramas passou longe daquilo que foi prometido e, consequentemente, longe também da audiência.

Cara & Coragem é a maior das incógnitas da Globo. A trama de Claudia Souto tem todos os elementos de uma ótima novela das 19 horas, além do grande elenco. Mas não pegou. Pra piorar, a repercussão é praticamente nenhuma se comparada ao que a Globo costuma ter de retorno com suas produções menos expressivas. Reprisada até na programação da madrugada, é uma novela que infelizmente sairá de cena bastante apagada.

Reis e Todas as Garotas em Mim são produções do filão bíblico que a Record colocou no ar em 2022, contadas em épocas diferentes, com uma repetição absurda de elenco, e que apesar do grande  investimento saturaram por serem mais do mesmo. Com elas, a emissora segue girando e caindo no mesmo lugar.

Entretenimento 

O melhor: a volta de Fausto Silva para a Band, independente de tudo que cerca seus bastidores, foi o maior ganho para a televisão brasileira num geral. Movimentou o mercado, resgatou a era dos musicais na TV e, apesar do erro de ser diário, é uma alternativa de qualidade, muito bem estruturado e pouco visto na concorrência há anos.

Nas supermanhãs da Globo quem saiu ganhando foi o novo time do É de Casa: Maria Beltrão, Thiago Oliveira, Talitha Morete e Rita Batista. Muito mais dinâmico e jornalístico, ao programa, apesar de escondido num dia ingrato, se sobressai sobre qualquer outro produto do gênero. A competência e carisma dos profissionais que ali estão, sem dúvida, conta muito.

Os vespertinos estão em alta! Cátia Fonseca, Sonia Abrão, Regina Volpato e Chris Flores disputam a preferência do público na faixa da tarde, mas diferente do que ocorreu no passado, hoje existe um coleguismo. O público notou isso. Os programas ganharam mais investimento, embora a formula seja a mesma há anos, a audiência está correspondendo muito bem.

A marcante e tão aguardada volta de Silvio Santos ao comando de seu programa, mesmo que pontualmente. O público precisava vê-lo em atividade novamente. Foi emocionante. Com gancho nisso, não podemos deixar de destacar o grande momento de Patrícia Abravanel na TV. Um dos melhores acertos do SBT na atual fase.

O pior: a queda dos realities em 2022 não foi algo pontual e acendeu o alerta vermelho nas emissoras. Os problemas foram diversos, mas a péssima escolha de elenco e a banalização de regras são fatores que claramente afugentaram o público. BBB22, A Fazenda 14, Power, Ilha e De Férias Salseiro Vip, principalmente, decepcionaram muito.

A grade voadora e o excesso de reprise: nem mesmo a Globo sossegou. Programas estrearam e foram tirados do ar abruptamente e sem maiores explicações, além de, é claro, as constantes mudanças de horário, uma característica muito própria do SBT, Record e RedeTV!. No meio disso, teve até novela limada da programação por Silvio Santos. Na Record, mais uma volta de Gênesis, Os Dez Mandamentos, Jesus e Amor Sem Igual foi a gota d’água para o público. Um Lugar ao Sol não tinha horas pra começar nem tempo de duração no ar. Tiveram dias que sequer foi exibida. Deu canseira!

Jornalismo

O melhor: a Globo com todos os seus telejornais continua muito à frente das demais emissoras. Cada vez mais inclusiva e tecnológica, embora as baixas importantes no departamento, ela continua priorizando a informação em sua programação, seja com boletins ou com os próprios jornalísticos. Em constante movimento para estar em todos os lugares, a emissora consegue equilibrar nacional e local perfeitamente. Do Hora 1 ao Jornal da Globo, é surpreendente o quanto todos os telejornais estão bem colocados em termos de audiência, equipes de reportagem bem alinhadas e a credibilidade inabalável.

A Record News em 2022 passou a ocupar posição de destaque no ranking dos canais de notícia, chegando a ampliar vantagem contra a GloboNews em vários momentos. O investimento em novos telejornais, a criação de um talk show sobre A Fazenda e as grandes coberturas de fatos pelo mundo foram ganhos importantíssimos. Tudo isso liderado pelo premiado diretor Thiago Feitosa.

O pior: o Jornal da Record sofreu mudanças negativas neste ano. Chegou até a ser gravado durante um período após constantes problemas no ao vivo. Das coisas mais inadmissíveis que se possa imaginar de um telejornal carro-chefe.

A CNN Brasil, que ainda nem completou três anos no ar, não para de sofrer cortes em equipes e baixas no casting de vídeo, além da constante dança das cadeiras em todos os departamentos. Virou um grande caos. Erros amadores no ao vivo e programas que destoam da proposta de qualquer canal de notícia que se vende como “a maior do mundo”.

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