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Análise: apatia e medo do cancelamento fazem do BBB um reality chato

BBB23 tinha tudo para agradar o público, mas o medo da competição e do cancelamento tornou o reality monótono

atualizado

O BBB23 não engatou ainda e os motivos para isso ocorrer são variados. Na primeira semana, o reality teve um começo promissor. Em geral, os participantes se portavam como mentalmente fortes, ignorando a possibilidade do cancelamento e se entregando ao jogo. No entanto, com o passar das semanas, isso mudou e os jogadores se estabeleceram em seus locais seguros e abraçaram a monotonia, entregando ao público um reality chato. 

A falta de grandes personagens

O maior problema do BBB23 é a falta dos grandes jogadores, dos “heróis” e até mesmo dos “vilões”. Todos os participantes têm seus fãs, é claro, mas não há aquele que desponte como um protagonista ou até mesmo um antagonista. Boas histórias precisam desses elementos, ou então passam a ser produtos chatos que não inspiram emoção. 

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O BBB22 foi falho em vários aspectos, mas não há como ignorar que o enredo se focou em Arthur Aguiar que teve como sua principal adversária Jade Picon. O campeão da edição brilhava nos jogos da discórdia, gerava bons cortes e, o principal, não tinha medo de julgamentos, afinal, ele próprio já estava “cancelado” antes de entrar no programa. Por outro lado, Jade Picon pode até não ter ficado muito tempo, mas não se omitiu em nenhuma instância e não teve problemas de ser a antítese de Arthur no jogo. 

Já no BBB23 quem nós podemos chamar de protagonista? Fred Desimpedidos? O cara que é visto como o mais competitivo, mas que foge dos big fones por medo de ser posto no paredão? Ou seria Fred Nicácio? Que com uma personalidade forte (egocêntrica ao extremo), tinha tudo para se moldar como um vilão perfeito para o reality, mas passou a se omitir nas últimas semanas? 

Há aqueles que digam que os vilões são Key e o recém-eliminado Gustavo, mas o que de fato esses participantes fizeram para a narrativa? O Cowboy se mostrou forte em provas, mas confuso quanto às estratégias de jogo e facilmente manipulado por sua amada. Key, por sua vez, até gera bons momentos com suas afirmações contra alguns participantes, mas não consegue sustentar seu forte discurso. Basta uma conversa e já está tudo perdoado: não podemos esquecer da forte rivalidade que traçava com Bruna nas primeiras semanas e custou poucas conversas para todos se entenderem.

Outros personagens até tem traços que podem gerar poucos momentos bons: as constantes brigas causadas por Ricardo; a história de vítima (difícil de entender o porquê, mas tudo bem) criada em volta de Amanda; um suposto romance entre ela e Cara de Sapato. No entanto, no fim, é tudo uma mistura que, se unida, não cativa, pois não há um desenvolvimento satisfatório, sempre chega um ponto que brothers se acovardam. Mas ainda há tempo…

Dois pesos e duas medidas

Sem sombra de dúvidas, o principal enredo nas primeiras semanas de programa foi a relação entre Gabriel Fop e Bruna Griphao. O relacionamento tóxico e algumas palavras agressivas do ex-casa de vidro fizeram o próprio Tadeu Schmidt intervir e dar um forte puxão de orelha no brother. Depois daquilo, não durou pouco para Gabriel ser eliminado. 

Esta coluna não quer, de forma alguma, dizer que a eliminação e atitude de Tadeu Schmidt foi injusta. Mas, pedimos que os leitores acompanhem esta linha de raciocínio: Fop foi agressivo, foi repreendido por Tadeu e rapidamente eliminado. Por que o mesmo não acontece com Ricardo? Ou com Bruna? Ou com Larissa? 

Ricardo constantemente é grosseiro em sua forma de se portar, grita com todos e sempre tenta impor suas convicções (e seus erros) como absolutos. Não foram poucos os momentos que impôs sua voz para outras mulheres do programa. No entanto, não é punido pelos participantes, por Tadeu e nem pela audiência. 

Bruna, por sua vez, acertou um tapa no rosto de Amanda. Mesmo que acidental, foi possível ver Fred Nicácio passando gelo no rosto da sister minutos depois. Larissa também já foi agressiva com colegas de confinamento, dando tapas, fazendo brincadeiras com espuma, visivelmente incômodas a outros integrantes, mas segue como uma das mais fortes da casa. 

Esta coluna tem o papel de lembrar que, em 2022, Maria foi expulsa do BBB22 ao acertar, sem querer, a cabeça de Natália com um balde durante o jogo da discórdia. Por que o mesmo não acontece com as duas participantes? 

O motivo de a produção do BBB23 não agir pode ser mais simples do que se pensa: o reality não pode se dar mais ao luxo de perder personagens que ainda dão vida à fraca narrativa do BBB23. No fim, o reality se torna um mar de contradição, confunde a audiência e entrega uma narrativa que, até aqui, é fraca.

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