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Sindicato de Academias entra com dissídio para parcelar 13º salário no DF

A entidade tenta, com a medida, preservar os empregos nos estabelecimentos por alegar queda no movimento durante a pandemia

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 academia-pandemia1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac) ingressou na Justiça do Trabalho, nessa quinta-feira (17/12), com um dissídio para pedir o parcelamento da segunda parcela do 13º salário dos empregados formais. A modalidade é usada quando entidades patronais, que representam os proprietários dos estabelecimentos de determinada categoria profissional, solicitam negociar melhores condições de trabalho, como aumento do valor da hora extra ou do piso salarial.

Na peça, o sindicato propõe o pagamento parcelado da segunda parcela do 13º salário, além da possibilidade de suspensão dos contratos de trabalho e, ainda, a possibilidade de redução de jornada de trabalho e salários.

A justificativa é que “o empresariado, embora queira manter seus empregados, não tem obtido receita suficiente para adimplir todos os salários devidos aos seus funcionários, bem como pagar fornecedores e manter a saúde financeira de seus empreendimentos, em razão dos vários meses de fechamento das academias e pelos cancelamentos de mensalidades e planos pelos usuários” durante a pandemia causada pela Covid-19.

Na investida jurídica, o Sindac tenta demonstrar que não haveria violação legal para o pedido. “Não há impedimento de negociação sindical quanto aos temas. Não há porque esperar maiores prejuízos aos empregadores ou mesmo a demissão em massa de trabalhadores em caso de eventual falência/fechamento de empresas”.

De acordo com a entidade, pelo menos 100 empresas fecharam no Distrito Federal e 8 mil pessoas foram demitidas desde a paralisação das atividades por causa da Covid-19.

“Essa seria uma solução para a manutenção dos empregos e a sobrevivência das empresas que cuidam da saúde da população”, sustenta Thais Yeleni, presidente da entidade. Segundo ela, a categoria “quase entrou em colapso por conta da crise [deflagrada pela pandemia] e tenta se reinventar em meio a tantas dificuldades”.

Para Yeleni, a investida busca alternativa para que as academias mantenham não apenas os empregos mas também a atividade considerada “essencial para a população”. “Tem gente que não conseguiu pagar nem a primeira parcela, tem gente que conseguiu, mas não tem como pagar a segunda. Por isso, estamos com essa ação, para mostrar também as tentativas dos empresários de pagar os funcionários”, completa.

Relembre

Além de bares, restaurantes e shoppings, as academias do DF também foram inseridas dentro da medida do Executivo local que impediu o funcionamento das atividades comerciais durante o pico de infecção pelo novo coronavírus. Com cerca de quatro meses de fechamento, as unidades tentam criar soluções inovadoras para reconquistar clientes.

“Para se ter uma ideia, em 16 de março deste ano, dia do fechamento no DF, tínhamos 771,5 mil clientes pagantes, o que gerava um faturamento anual de R$ 1.713.321.155,71. No dia 1º de julho recente, entretanto, esse faturamento chegou a zero”, revela Yeleni.

Para a sindicalista, a interdição temporária das atividades contribuiu para o aumento de casos considerados graves de Covid-19. “Para nós, foi um absurdo termos ficado tanto tempo parados e sem poder cuidar da saúde da população, sem gerar renda. Foram mais de 30 mil famílias passando necessidade. Este é o momento de nos unirmos para ajudar quem conseguiu manter seus funcionários, sem demitir mais ninguém”, enfatiza.

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