Sindicato aprova demissão com pagamento parcelado para academias do DF

Em assembleia nesta quarta, a categoria patronal também solicitou a reabertura imediata dos estabelecimentos de ginástica e de esporte

Caio Barbieri
Compartilhar notícia

O Sindicato das Academias do Distrito Federal aprovou, nesta quarta-feira (3/3), uma nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que avalia a demissão em massa dos funcionários com parcelamento das verbas rescisórias em 10 vezes.

O texto foi aprovado por unanimidade pela assembleia da categoria e, agora, a convenção será protocolada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-DF), como anexo ao processo que solicita a possibilidade de parcelamento do 13º salário, além de redução e suspensão de jornadas.

“Infelizmente, é uma situação que se arrasta desde o ano passado e, com esse novo fechamento [lockdown no DF], muitos empresários terão de fazer novas demissões”, disse Thais Yeleni, presidente da entidade.

Antes da sessão ordinária de hoje, a sindicalista foi recebida pelo presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Rafael Prudente (MDB), para pedir a antecipação da reabertura dos estabelecimentos. O parlamentar afirmou que vai solicitar ao governador Ibaneis Rocha (MDB) a flexibilização de medidas restritivas para setores do comércio que não promovem aglomerações.

Recentemente, o titular do Palácio do Buriti sinalizou a possibilidade de reabrir alguns estabelecimentos a partir da próxima segunda-feira (8/3), desde que a taxa de transmissão do vírus tenha apresentado queda, assim como o índice de ocupação dos leitos para Covid-19. Contudo, o sindicato tenta antecipar a data.

“Uma semana com as atividades das academias suspensas faz muita diferença na saúde da população. Sabemos que nosso setor ajuda a melhorar a imunidade e prevenir possíveis agravamentos da Covid, diminuindo a quantidade de hospitalizações. Além disso, nós não temos condições de sobreviver a mais um fechamento”, afirmou Thais, ao defender a antecipação da reabertura da atividade.

O Metrópoles revelou, recentemente, que o sindicato estima que pelo menos 300 estabelecimentos correm risco de encerrar atividades na capital do país se o setor não retornar imediatamente.

Serviço essencial

Durante a reunião, os representantes das academias de ginástica e de esportes também solicitaram ao deputado distrital a urgência para votar o projeto de lei que inclui o segmento dentro do grupo de serviços essenciais.

“Nós somos um serviço essencial porque atuamos na linha de frente do combate ao coronavírus e de tantas outras doenças. Sabemos que o bem-estar físico e emocional pode ser decisivo na prevenção e combate à Covid-19, por isso queremos ser parte da solução”, defendeu Thais Yeleni.

No ano passado, as academias do DF ficaram 114 dias sem funcionar, o que resultou do fechamento definitivo de 100 estabelecimentos e pelo menos 8 mil pessoas desempregadas.

Mesmo com a reabertura gradual, afirma a sindicalista, o setor não recuperou o movimento nem a receita para se manter em mais um lockdown. Por isso, a entidade entrou com pedido e ainda luta pelo parcelamento da 2ª parcela do 13º salário, redução de 50% na carga horária e suspensão de 30% do salário dos colaboradores.

“Mesmo com tudo isso, não conseguimos recuperar o setor. Muita gente não conseguiu pagar nem a primeira parcela [do 13º] e vai ter que demitir se ficar fechado”, concluiu a presidente do Sindicato das Academias do DF.

Compartilhar notícia
Sair da versão mobile