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“Cristofobia”: PTB representa vereador que invadiu missa em Curitiba

Partido acusa Renato Freitas (PT-PR) de promover intolerância religiosa ao interromper celebração durante protestos contra racismo

atualizado

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O diretório paranaense do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-PR) ingressou, nesta segunda-feira (7/2), com ações contra o vereador Renato Freitas (PT), acusado de ter invadido uma igreja católica de Curitiba, durante uma missa, no último sábado (6/2).

A presidente da regional partidária, Marisa Lobo, informou ter acionado a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) – para impedir o exercício da profissão do político –, o Ministério Público (MPPR) para apurar o suposto crime de intolerância religiosa e, ainda, com o pedido de cassação do mandato na Câmara Municipal de Curitiba (PR).

“Essa é a resposta aos atos de intolerância religiosa praticados pelo vereador Renato Freitas, que, absurdamente, invadiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário, com dezenas de militantes do PT e do PC do B, interrompendo a missa e constrangendo os fiéis para combater este ato de ‘cristofobia’. O PTB é um partido cristão conservador e não vai ficar em silêncio diante dessa afronta ao cristianismo e tudo tem limites”, argumentou a dirigente partidária.

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“Fascismo”

De acordo com o jornal Gazeta do Povo, lideradas pelo vereador, dezenas de pessoas, com bandeiras do PT e do PCB, entraram à força no templo e começaram a gritar palavras como “racistas” e “fascistas”. Segundo a reportagem, o mandatário teria associado as mortes do congolês Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho com uma suposta conivência das pessoas com fé católica a autoridades “fascistas”.

A Arquidiocese de Curitiba confirmou, por meio de nota, o registro da manifestação política. “Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos”, informou.

Segundo Renato Freitas, a igreja foi escolhida pela relação histórica que tem com a população negra na cidade. O político disse que a missa não estava sendo celebrada no momento do ato.

“Entramos na Igreja como parte simbólica da manifestação, uma vez que foi construída em 1737, durante o regime de escravidão, por pessoas pretas e para pessoas pretas, a quem era negado o direito de entrar em outros lugares”, disse o vereador nas redes sociais, ressaltando que a igreja não foi invadida.

Segundo o padre Luiz Hass, de 74 anos, a missa estava sendo celebrada, mas precisou ser encerrada com a invasão. De acordo com ele, o grupo ficou no local por cerca de 20 minutos.

“Uma situação insuportável, barulho muito grande, pedimos que abaixassem o som lá fora, saíssem da escadaria. Mas começaram a dizer que era igreja dos negros. Suspendi a missa, porque não tinha como, não era horário para fazer o protesto”, afirmou o padre ao Metrópoles.

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