Ativistas realizam protesto pacífico na Rodoviária contra o governo chinês
No ato do Democracia sem fronteiras, amanhã, manifestantes querem divulgar o novo portal do movimento que contesta informações de Xi Jinping
atualizado
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Conhecido por por contrapor, questionar e chamar a atenção mundial contra as ações dos governos tidos como autoritários – como China, Cuba e Venezuela –, o grupo ativista Democracia Sem Fronteiras lançou um site para contestar a atual campanha, segundo os ativistas, “de desinformação” executada pelo presidente chinês Xi Jinping, sobre fatos da pandemia do novo coronavírus.
O lançamento do canal será tema do manifestação pacífica do movimento, que será realizada na terça-feira (24/11), a partir das 17h, na Rodoviária do Plano Piloto. O protesto terá faixas e panfletos distribuídos no principal terminal de passageiros do Distrito Federal.
“Todas as informações listadas foram previamente anunciadas em sites, jornais e revistas pelo mundo. Diante disso, nós decidimos compilar esses dados e centralizá-los em um único portal, além de apresentarmos outras denúncias e mentiras sobre o governo chinês. Por fim, deixamos claro que todo posicionamento tanto no site quanto em nossas redes sociais é um material que reflete a nossa opinião”, explica Gabriele Machado, ativista do movimento.
Uma das áreas criadas no portal é uma lista com 10 mentiras que a China teria contado para o mundo. Entre elas, que a Covid-19 não seria transmitida de homem para homem; que a China comprou tempo para o mundo, mas o mundo o desperdiçou; que a reação ao Covid-19 é exagerada, a gripe mata muito mais pessoas; que a Covid-19, na verdade, iniciou-se nos EUA, e o governo americano o trouxe a Wuhan; que todos os países deveriam estar dispostos a fornecer ajuda material ao governo chinês; que o governo chinês tem sido totalmente transparente durante todo o processo; e que a China vai ajudar países com estrutura de saúde mais precária a lidar com a Covid-19. Esses seriam apenas como alguns exemplos.
Movimento
O Democracia sem Fronteiras, criado em novembro de 2019, descreve-se como “um movimento de pessoas engajadas no fortalecimento e na defesa do direito à democracia em todos os países do mundo”. Desde o início da pandemia, o grupo tem cobrado respostas do governo chinês pela “omissão de informações”, reforçando que a pandemia, segundo alegam, poderia ter sido radicalmente minimizada se tratada com a transparência e imediata resposta que o caso exigia.
Em Brasília, o grupo ficou conhecido pelas manifestações contrárias ao presidente chinês. Desde o momento da chegada à capital federal, para participar da 11ª Cúpula do Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o líder foi perseguido pelos ativistas, que clamavam contra a presença dele, classificado por eles como “ditador”.
Além dos protestos organizados, o grupo anunciou, em letreiros luminosos da cidade, palavras de ordem contra o que os integrantes taxam de governo ditatorial. O movimento passou a fazer vigília nas proximidades da Embaixada da China no Brasil, localizada na Avenida das Nações, mas os atos acabaram impedidos por policiais militares que reforçaram a segurança na região.