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Após chamar réus de “gentaiada”, juíza de SP será investigada pelo CNJ

Gravação foi feita pela advogada das partes, que costumava registrar audiências, mas acabou esquecendo aparelho ligado no intervalo

atualizado

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Delgatti
1 de 1 Delgatti - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Uma juíza criminal virou alvo de um processo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nesta terça-feira (19/10), após ter sido gravada chamando pessoas envolvidas em partes do processo de “gentaiada”. Na mesma ocasião, ela diz que policiais “são mais bandidos do que réus lá sentados”. A decisão foi da corregedora-geral, ministra Maria Thereza Moura, relatora do caso, e confirmada pelo órgão superior da magistratura.

Sonia Nazaré Fernandes Fraga é titular do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e teve a conversa com uma promotora registrada no celular de uma advogada, que costuma gravar as audiências. Contudo, durante o intervalo, acabou deixando o gravador ligado na sala da oitiva, sem perceber, e acabou tendo acesso ao conteúdo quando voltou para buscar o aparelho.

De acordo com os autos, a gravação ocorreu em outubro do ano passado, durante o intervalo de uma audiência de instrução e julgamento de interessa da advogada. Os clientes dela eram as partes do processo.

Na conversa com a representante do Ministério Público, a juíza Sonia Nazaré também teria debochado do sotaque da advogada carioca, que defendia “essa ‘gentaiada’, “correndo atrás para ganhar dinheiro, correndo atrás desse crime organizado”.

Além disso, a juíza chamou de “muamba” a bolsa de uma testemunha que carregava uma grife internacional. “Impagável ela portar uma sacola da grife Lacoste na sala de audiências”.

Nos autos, a juíza é apontada também por ter orientado a promotora para que pleiteasse o falso testemunho no mesmo processo. Ao CNJ, a magistrada admitiu que a voz era dela.

Processo administrativo

A corregedora nacional de Justiça, ministra Maria Thereza Moura, que é a relatora do processo administrativo, argumentou que a própria juíza já havia confirmado o teor da gravação. Para a conselheira, o PAD será aberto para apurar as circunstâncias da conversa.

A autenticidade ou a legalidade da gravação não será alvo de discussão pelo Conselho Nacional de Justiça. “Não é uma forma de se comportar e ela própria confessa os fatos”, sustentou a ministra.

 

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