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Anvisa: resultados de testes com cloroquina saem só em dezembro

Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou dois estudos para atestar eficácia do medicamento no tratamento de coronavírus no Brasil

atualizado

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Anvisa
1 de 1 Anvisa - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Tratada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como a grande esperança para conter a pandemia de coronavírus no Brasil, a cloroquina só deve receber o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializada como um fármaco seguro contra a Covid-19 no fim do ano.

A Agência havia autorizado as duas primeiras pesquisas clínicas para avaliar a eficácia do medicamento – a etapa de testes clínico é obrigatória para que  o medicamento receba o aval da agência -, mas apenas nessa quinta-feira (09/04) confirmou a estimativa para resultados práticos sairá apenas em dezembro, portanto, após o esperado pico da pandemia no país, previsto para maio.

O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo recebeu a liberação para avançar nas pesquisas clínicas em busca da cura do novo coronavírus, desde que haja segurança e rapidez.

Para monitorar os resultados, a agência liberou os testes, chamados ensaios clínicos, em dois casos específicos: o primeiro é com o uso controlado da substância e azitromicina para prevenção de complicações em pacientes com infecção pela doença em casos leves a moderados.

O segundo avalia a segurança e eficácia clínica da hidroxicloroquina associada à azitromicina em pacientes com pneumonia causada por infecção pelo vírus Sars-CoV-2, considerados os casos mais graves.

A ação integra a estratégia da Anvisa “de oferecer respostas imediatas e alinhadas às condutas de autoridades sanitárias internacionais na identificação de alternativas terapêuticas seguras e eficazes para o tratamento da Covid-19”.

Segundo o órgão, uma delas envolve o desenvolvimento de estudos sobre a utilização de medicamentos já conhecidos, mas ainda usados para outras indicações terapêuticas, no combate à doença.

A cloroquina já é usada há mais de 80 anos e foi desenvolvida como um medicamento de combate à malária. Já a hidroxicloroquina existe desde 1955 e é semelhante à cloroquina, porém menos tóxica. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de hidroxicloroquina.

Ensaio clínico

Ensaio clínico é um estudo aprofundado de medicamentos em voluntários humanos. A análise segue estritamente as diretrizes da metodologia científica e tem como objetivo descobrir ou confirmar os efeitos e identificar reações colaterais causadas pelo produto, no caso a hidroxicloroquina, até ter a segurança para determinar sua eficácia.

“Ou seja, só se pode demonstrar eficácia e segurança por meio de ensaios clínicos controlados. Os resultados obtidos nesses estudos determinam a autorização e a subsequente comercialização do medicamento ou de uma nova indicação”, frisou o órgão.

Até o momento, embora haja teses, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento do novo coronavírus. “A Anvisa reafirma que a automedicação pode representar um grave risco à saúde”, reforçou o órgão.

Estoque

A indústria farmacêutica instalada no Brasil tem cerca de 8,9 milhões de comprimidos de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina. Estes produtos são aposta do presidente Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus, mas estão recomendados pelo Ministério da Saúde somente para pacientes internados, pois faltam estudos conclusivos sobre segurança e eficácia da droga.

A indústria afirma que tem capacidade para produzir a demanda pelo remédio, mesmo com bloqueios de exportações da Índia, principal fornecedora da matéria-prima.

Os dados de estoques foram enviados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao Ministério da Economia na segunda-feira (06/04). A Aspen Farmacêutica tem maior parte do estoque, cerca de 5,15 milhões de comprimidos. Em seguida, a Fiocruz, com 3 milhões.

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