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Morre o estilista francês Thierry Mugler, fenômeno dos anos 1980

O falecimento do designer e figurinista foi anunciado via redes sociais nesse domingo (23/1), mas a causa não foi revelada

Neste domingo (23/1), o mundo da moda e da arte perdeu uma personalidade marcante. O estilista francês Thierry Mugler, conhecido como um fenômeno da década de 1980, faleceu aos 73 anos. Contudo, a causa da morte ainda não foi revelada.

Inicialmente, a morte foi revelada no perfil pessoal do Instagram, com uma imagem preta. “Que sua alma descanse em paz”, dizia a publicação. Depois de algumas horas, a conta oficial da marca homônima na rede social confirmou a notícia.

“É com profunda tristeza que a House of Mugler anuncia o falecimento de Manfred Thierry Mugler. Um visionário cuja imaginação como costureiro, perfumista e criador de imagens empoderou pessoas ao redor do mundo a serem mais ousadas e sonharem mais alto a cada dia”, declarou a grife.

Recentemente, Thierry Mugler virou tema de uma exposição, que ainda está em andamento, no Musée des Arts Décoratifs de Paris (Museu de Artes Decorativas), em Paris, na França. Em formato de retrospectiva e com curadoria de Thierry-Maxime Loriot, a iniciativa reúne centenas de peças criadas entre 1973 e 2014.

Manfred Thierry Mugler morreu neste domingo (23/1)

 

A causa do falecimento não foi revelada

 

Atualmente, a mostra Thierry Mugler: Couturissime está em cartaz na capital francesa. Com cerca de 150 criações,  é a primeira grande exposição dedicada ao trabalho do designer francês

 

Trajetória

Manfred Thierry Mugler nasceu em 1948, em Estrasburgo, na França. Em 1962, entrou para a Opéra National du Rhin, com a qual viajou durante seis anos como bailarino clássico profissional. Também estudou na École Supérieure des Arts Decoratifs e começou a criar as próprias roupas.

Fundou a marca homônima em 1973, na capital francesa, com a coleção inicial batizada de Café de Paris. Foi nos 1980 que Mugler se tornou um fenômeno. Na década, ele foi um dos primeiros designers a abrir as portas de um desfile de moda para o público.

O DNA criativo reunia designs exuberantes, maximalistas e com toque performático. Materiais como látex, metal e penas estavam entre as apostas. Na modelagem, silhuetas marcadas e recortes chamavam atenção.

Manfred Thierry Mugler começou como dançarino. Virou designer, figurinista e fotógrafo

 

O estilista francês apostava em criações nada óbvias

 

O DNA criativo de Mugler era ousado

 

Ele foi um precursor no uso de materiais como metal, penas e látex. Look do prêt-à-porter da Mugler no outono/inverno 1995/96

 

Silhuetas marcadas eram frequentes. Este visual é da coleção Les Insectes, de haute couture na primavera/verão 1997

Outro investimento significativo de Thierry Mugler foi no desenvolvimento de perfumes. O primeiro, em 1992, foi intitulado Angel. Atualmente, segue como uma das cinco fragrâncias mais vendidas no mundo.

O francês foi pioneiro em lançar celebridades como modelos. Durante a carreira, ele trabalhou com nomes como Diana Ross e Tippi Hedren. Muito ligado aos segmentos da música e do cinema, também atuava como figurinista. Vestiu personalidades como a atriz Demi Moore, no filme Proposta Indecente (1993) e, em turnês musicais, os cantores David Bowie e Beyoncé, entre outros.

Para completar, além de designer e diretor artístico de dança, Thierry Mugler era fotógrafo. Publicou livros de fotografia e dirigiu filmes publicitários. Inclusive, o estilista deixou a própria grife em 2002 com o intuito de se dedicar ainda mais a projetos artísticos. 

Nos últimos anos, o legado de Thierry Mugler vinha sendo cada vez mais lembrado graças a celebridades como Cardi B, Lady Gaga e Kim Kardashian. O atual diretor criativo da label homônima é o estilista Casey Cadwallader.

Demi Moore em Proposta Indecente (1993). Este vestido com recortes virou o ícone da indústria cinematográfica

 

Beyoncé na turnê “I Am… World Tour” com look by Mugler

 

Kim Kardashian é um das personalidades que recentemente recolocaram a Mugler nos holofotes. Na foto, oufit do Met Gala 2019

 

Manfred Thierry Mugler também atuava como fotógrafo. No clique, Claude Heidemeyer, no edifício Opéra Garnier, em 1986

Despedida

A morte de Thierry Mugler gerou comoção nas redes sociais. As modelos Bella Hadid e Carla Bruni estão na lista de personalidades que se manifestaram, prestando condolências. A cantora Diana Ross também fez um post de homenagem, assim como os designers Christian Siriano e Kim Jones.

Presidente da marca global de moda e fragrâncias da Mugler, Sandrine Groslier trabalhou ao lado de Thierry por 27 anos. Ela o chamou de “gênio faz-tudo”. “Ele era engraçado, apaixonado, louco, às vezes, e sempre soube homenagear com muita emoção todas as mulheres”, escreveu no Instagram. “Você alcançou as estrelas”, completou.

O atual diretor criativo da Mugler, Casey Cadwallader, não deixou de se pronunciar e agradecer pelo legado deixado. “Estou muito honrado por tê-lo conhecido e por trabalhar em seu belo mundo. Você mudou nossa percepção de beleza, de confiança, de representação e autoempoderamento”, reconheceu.

Colaborou Rebeca Ligabue