Marca brasiliense Dobe pode pagar multa por pichações em Brasília
Nas últimas semanas, nome da etiqueta surgiu em diversas paradas de ônibus e viadutos, mas o “marketing” pode custar caro
atualizado
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A marca brasiliense Dobe, conhecida por suas criações minimalistas e ações socioambientais, virou assunto nas redes sociais por causa de uma série de pichações espalhadas pelas ruas da capital federal. Se você andou pela cidade nas últimas semanas, provavelmente se deparou com o nome da etiqueta estampado em paradas de ônibus, viadutos e até mesmo no Buraco do Tatu. A empresa diz não reconhecer o “marketing”, mas, ainda assim, pode ser multada em R$ 3.960 por cada intervenção.
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A Dobe chegou ao mercado brasiliense em 2015, provando que entende bem os anseios do consumidor local. Além de atender demandas em alta, como sustentabilidade e responsabilidade social, a marca explora temas em ascensão com modelagens genderless e uma cartela de cores neutras que agradam a qualquer estilo.
Entre os pontos altos da label, estão a camiseta Designing Freedom, criada em prol do empoderamento feminino; um tênis desenvolvido com a italiana Superga; a parceria com o projeto ViraVida, que ampara jovens e adolescentes de baixa renda; e um desfile no Veste Rio, que marcou a expansão da etiqueta em nível nacional.
Ao lado da multimarcas Q.U.A.D.R.A, do brechó de luxo Pretty New e da marca Abi Project, a Dobe conquistou de vez as fashionistas da cidade.
Daniela Falcão, toda-poderosa do grupo Conde Nast, está no time de fãs da label. Em recente passagem pela cidade, a jornalista elegeu a etiqueta como uma de suas favoritas na cena brasiliense.
No entanto, as recentes pichações espalhadas pelas ruas de Brasília podem colocar a bela trajetória da empresa em xeque. Prestes a inaugurar um novo endereço na 112 Sul, os donos da marca, Pedro Machado e Paulo Augusto Albuquerque, explicam que trata-se de uma homenagem feita por alguns amigos da dupla.
“Vamos abrir uma loja no mês de novembro e alguns amigos que trabalham com arte de rua disseram que iam nos fazer uma surpresa para a ocasião. Quando vimos, o nome estava nas paradas”, explica Paulo, sem identificar os responsáveis pelo gesto.
A Secretaria de Mobilidade afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que não autorizou nenhuma das intervenções nas paradas de ônibus e que cabe ao DF Legal (antiga Agefis) fiscalizar tais infrações.
Procurado pela coluna Ilca Maria Estevão, o órgão informou que, segundo a Lei nº 967/95, é infração qualquer tipo de propaganda colada, escrita ou desenhada em bens públicos. O regulamento concede um prazo de cinco dias para que o infrator para corrija a irregularidade. Caso não o faça, o mesmo estará sujeito a multa no valor de R$ 3.960 por cada pichação.
Após vistoriar os locais, o DF Legal conseguiu identificar os responsáveis e, conforme a legislação, foi aplicado o auto de infração. Durante a visita feita para notificar a empresa, nas obras da nova loja, o fiscal constatou ainda descarte irregular de resíduos, o que rendeu uma multa de R$ 2.108 aos donos da etiqueta.
Procurada pela coluna na tarde desta segunda-feira (21/10/2019), a marca garantiu que ainda não recebeu notificação formal do DF Legal, contudo, desde sexta-feira (18/10/2019), trabalha ativamente para retirar as pichações das vias públicas. Eles garantem que até terça-feira (22/10/2019) todas as intervenções terão sido removidas.
Colaborou Danillo Costa