Inspiração: modelo caiçara divulga arte indígena em editorial de moda
Peças comercializadas pelo Centro de Artes Nativas Originárias das Américas são destaques nos cliques de celebração cultural
atualizado
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O Dia do Índio é celebrado na segunda-feira (19/4). A fim de comemorar a data, a modelo Thayná Soares, de origem caiçara, fez um editorial especial com arte indígena. A iniciativa faz parte do projeto do Centro de Artes Nativas Originárias das Américas (C.A.N.O.A.). A brasileira foi convidada para estrelar o shooting com acessórios disponíveis no e-commerce da iniciativa.
Vem ver!
Os caiçaras são habitantes do litoral das regiões Sudeste e Sul, que nasceram a partir da miscigenação entre índios, brancos e negros. De Paraty, no Rio de Janeiro, Thayná Soares carrega uma identidade cultural forte, que destaca com orgulho em trabalhos realizados para renomadas grifes de moda. No currículo da brasileira, estão marcas como Giorgio Armani, Givenchy, Hermès e Balmain. Atualmente, ela mora em Paris, na França.
Ao longo de sua carreira internacional, Thayná tem compartilhado o encanto pelo artesanato indígena nas principais capitais europeias de moda. Entre um trabalho e outro, a top model chama a atenção pelos acessórios de acervo pessoal e não mede esforços para apresentar as peças. Nas conversas despretensiosas de backstage, a profissional também costuma citar a história dos povos originários do Brasil. Em entrevista à coluna, a jovem contou detalhes.
De olho na representatividade e no trabalho de divulgação que Thayná promove mundo afora, Nina Taterka, fundadora da C.A.N.O.A, convidou a modelo para participar da iniciativa que abraça as comunidades indígenas. A plataforma virtual de vendas anuncia peças de produtores locais.
Durante a pandemia, a empresária e curadora do projeto teve a ideia de adquirir os artesanatos e revendê-los no e-commerce do centro de arte. O principal objetivo é auxiliar na divulgação dos itens e evitar a exposição da população indígena ao novo coronavírus.
“Estive no Brasil em novembro do ano passado. Todas as comunidades indígenas estavam fechadas para não receberem turistas, pela questão da pandemia. Em decorrência disso, a produção não poderia ser vendida, já que não há visitação”, relembra a modelo Thayná.
A top model também ressalta a importância do projeto que apoia. “Foi a forma encontrada para não deixar o indígena sem produzir, sem vender e sem escoar o que foi criado. Quando você compra uma arte, está levando características das etnias, cores e beleza”, completa.
Ao navegar pelo site, os clientes podem conferir a vitrine virtual dos produtos e saber mais sobre cada comunidade parceira. Entre elas, estão Caiçara, Guarani e Quilombola. A curadoria também se estende a demais regiões, como Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste, e também o Peru.
Diversas peças produzidas por várias comunidades indígenas foram clicadas nos looks. “Nas fotografias, a gente traz a ideia de que se pode usar adereços indígenas com roupa não indígena e com artigos de luxo, supercombina. Podemos mesclar esses itens a peças de alta-costura”, finaliza Thayná.
Colaborou Sabrina Pessoa