Presidente do STM reconhece politização das Forças Armadas sob Bolsonaro

Presidente do Superior Tribunal Militar, Joseli Camelo, reconheceu que houve exagero na nomeação de militares no governo Bolsonaro

Victoria Abel ,
Igor Gadelha
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O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Joseli Parente Camelo, reconheceu que houve uma grande politização das Forças Armadas e um exagero de militares no Executivo durante o governo Jair Bolsonaro.

A declaração foi dada pelo  tenente-brigadeiro do ar em entrevista exclusiva à coluna nesta sexta-feira (17/3), um dia após ele assumir o comando da Corte para o biênio 2023-2025.

Ao ser questionado se houve uma politização muito grande das Forças Armadas durante a gestão Bolsonaro, Camelo concordou. Entretanto, fez ressalvas.

“Houve. Mas isso, se você for ver a história, quando Deodoro foi presidente e tivemos a Constituinte, os militares foram arrastados para a política. Na década de 20, tivemos o movimento tenentista. Muitos aderiram ao Bolsonaro. Tem os radicais e tem os bolsonaristas naturais. Estamos em uma democracia, vota-se no Bolsonaro ou no Lula, vota-se em quem quiser. O que não pode é pregar o golpe”, disse.

O presidente do STM ainda afirmou ser completamente favorável à PEC articulada pelo ministro da Defesa, José Múcio, para obrigar militares a irem para a reserva, caso assumam cargos públicos.

“Apoio completamente. Acho que as Forças Armadas têm que estar dentro dos quartéis, se preparando, para a defesa da pátria, das fronteiras. O que estão propondo é, se o elemento for candidato, ele passa imediatamente para a reserva. E não poderia voltar”, afirmou.

A posição de Joseli é semelhante a dos atuais comandantes das Forças Armadas, que avaliam que a nova regra deve desencorajar impulsos aventureiros de militares atraídos para a política por ondas ideológicas.

Confira a entrevista na íntegra:

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