Após áudios, Podemos espera que Mamãe Falei peça para sair do partido

A avaliação na sigla é de que o deputado estadual também não terá outro caminho, senão abrir mão da pré-candidatura ao governo paulista

Igor Gadelha
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A cúpula do Podemos espera que o deputado estadual paulista Arthur do Val, o Mamãe Falei, se antecipe a um processo de expulsão e peça para deixar o partido.

O parlamentar estadual entrou na mira de dirigentes da sigla após enviar áudios a colegas fazendo comentários sexistas sobre refugiadas ucranianas. O material foi noticiado em primeira mão pela coluna.

Em um dos áudios, Mamãe Falei diz que as ucranianas são “fáceis” de pegar “porque são pobres”. Em outro, afirma que limparia com a língua o “cu” de “policiais deusas” que faziam o controle da fronteira.

Nos bastidores, diversas lideranças do Podemos têm cobrado a expulsão do deputado paulista. Um integrante da executiva nacional da sigla, como mostrou a coluna, chamou o parlamentar de “lixo”.

Líder do Podemos no Senado e presidente da legenda no Paraná, o senador Alvaro Dias chamou as falas de Mamãe Falei de “inacreditável” e cobrou uma “posição vigorosa” do partido.

Dia da Mulher

A avaliação no Podemos é de que as falas de Mamãe Falei terão impacto ainda mais negativo por terem sido feitas às vésperas do Dia da Mulher, comemorado na próxima terça-feira, 8 de março, e em meio à guerra na Ucrânia.

Para integrantes do Podemos, se o partido não expulsar o deputado, o episódio pode prejudicar não só na candidatura do ex-juiz Sergio Moro à Presidência da República, como a de outros candidatos da legenda.

A avaliação na legenda é também de que o deputado estadual paulista não terá outro caminho senão abrir mão da pré-candidatura ao governo de São Paulo.

Mamãe Falei se filiou ao Podemos em janeiro de 2022, com objetivo de dar palanque a Moro em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil.

Até a noite dessa sexta-feira (4/3), a presidente do Podemos, Renata Abreu, só havia repudiado as declarações e informado a abertura de um processo disciplinar interno para apurar os fatos.

A dirigente, no entanto, não mencionou publicamente a possibilidade de expulsão. Ponderou que, até a noite desta sexta, não havia conseguido contato com o deputado, pois ele estava em voo voltando para o Brasil.

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