Apesar do discurso de Ciro Nogueira, PP mantém interlocutores com o PT

Parlamentares da sigla, agora oficialmente aliada de Jair Bolsonaro, conversam com a base de Lula

Gustavo Zucchi
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Apesar do discurso bélico de Ciro Nogueira contra o PT e o ex-presidente Lula, aliados do ministro da Casa Civil reconhecem que algumas lideranças da sigla mantêm “conversas estratégicas” com pessoas próximas ao petista e seus interlocutores.

A interlocução é feita por três parlamentares do PP que trocam frequentemente figurinhas com petistas nos bastidores. Essa relação, explicam, permitirá o partido não entrar num eventual governo Lula totalmente à parte do Executivo.

Um desses interlocutores do PP com a esquerda é o próprio líder da legenda na Câmara, André Fufuca (MA). Ele publicamente está apoiando Carlos Brandão (PSB), vice de Flávio Dino e nome de Lula ao governo do Maranhão este ano, como mostrou a coluna.

Outro cacique do PP que mantém relações com petistas é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). Ele indicou seu sobrinho, o vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro, como vice de João Azevêdo (PSB) na disputa pelo governo da Paraíba.

O terceiro é o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), que deverá apoiar Danilo Cabral (PSB) na disputa ao governo pernambucano. Ele quer ter o apoio da esquerda para eleger seu filho, Lula da Fonte, a deputado federal.

Os três estiveram presentes na convenção nacional do PP, nessa quarta-feira (27/7), que selou o apoio da sigla à reeleição de Jair Bolsonaro. Entretanto, mesmo com protagonismo dentro do partido, o trio não se manifestou no evento.

Mandatários da legenda reconhecem, nos bastidores, que dificilmente um partido como o PP, em uma eventual vitória de Lula à Presidência, vai se manter na oposição ao Palácio do Planalto durante os próximos quatro anos.

Aliado de Ciro rebate

Aliados de Ciro Nogueira dizem que os movimentos de Dudu da Fonte, Aguinaldo e Fufuca não representam a cúpula do PP, que segue alinhada a Bolsonaro.

“Ninguém faça pelo PP em nome do Ciro Nogueira, a não ser ele mesmo. Quem estiver falando está vendendo terreno na lua”, afirmou à coluna Mário Rosa, um dos principais interlocutores do ministro da Casa Civil.

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