Valdemar havia feito um acordo para distribuir cerca de R$ 2 milhões do fundo partidário para os oitos deputados da bancada do PL e para mais dois políticos de confiança que estão sem mandato. Com a entrada de bolsonaristas para disputar a eleição em São Paulo, Valdemar precisará refazer os cálculos para repartir essa quantia entre todos.
Valdemar Costa, presidente do Partido Liberal (PL), tem perfil articulador nos bastidores políticos. Nos últimos tempos, retornou ao holofotes com a filiação de Bolsonaro ao PL ▲
No governo Bolsonaro, o cacique da sigla já fez indicações ao Ministério da Saúde, ao Banco do Nordeste e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ▲
Em outubro de 2021, Valdemar gravou um vídeo convidando Bolsonaro a ingressar no PL e, também, afirmou que iria apoiá-lo na campanha de reeleição ▲
Em gravação a auxiliares, Waldemar defendeu a ideia dizendo que “todos têm que crescer”, se referindo à filiação do presidente ▲
Valdemar foi questionado diversas vezes sobre os enroscos que poderia criar para o PL com a filiação de Bolsonaro, mas o objetivo sempre foi o crescimento do partido ▲
O dirigente é visto no universo político como um “cumpridor de palavra”. Para ter Bolsonaro no partido, contudo, ele reviu acordos firmados com outros políticos ▲
A filiação, inclusive, foi adiada uma vez, após troca de insultos entre Valdemar e Bolsonaro, incluindo um “VTNC você e seus filhos”, dito pelo presidente do PL ▲
Bolsonaro negou a troca de farpas com o cacique do PL, mas exigiu ter a palavra final sobre os palanques do partido em 2022 nos três maiores colégios eleitorais do Brasil ▲
O "casamento" só deu certo após Valdemar acertar a candidatura do ministro Tarcísio Freitas ao governo de São Paulo ▲
Com a entrada do bolsonarista na eleição de São Paulo, Valdemar precisará refazer os cálculos para repartir o fundo partidário entre todos os deputados do PL ▲
O partido também deve dar destaque para as candidaturas à Câmara de Frederico d’Ávila, hoje deputado estadual pelo PSL, do Tenente Mosart Aragão, assessor especial de Bolsonaro, e do coronel da reserva Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, que preside a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Há ainda uma indefinição sobre o deputado Luiz Philippe O. Bragança, cortejado pelo PTB para disputar o Senado, e sobre o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que não definiu para qual cargo se candidatará.
Além da repartição do fundo para os deputados, o PL terá de se organizar para investir na candidatura de Bolsonaro e no lançamento de uma chapa para concorrer ao governo de São Paulo. O partido iria apoiar Rodrigo Garcia, mas o presidente insiste em ter o ministro Tarcísio de Freitas como candidato.
Se a conta não fechar, Valdemar fatalmente presenciará a saída de alguns nomes da legenda.
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