“Tem um cheiro de ingovernabilidade no ar”, diz ministro do STF

Ministro observa que governo caminha para ingovernabilidade por falta de estratégia nacional de vacinação e suspeitas de corrupção

Guilherme Amado
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Um dos ministros no STF mais próximos de Jair Bolsonaro — crítico do presidente, mas com quem Bolsonaro costuma dialogar — considera que o governo caminha para uma situação de ingovernabilidade. Na avaliação que este ministro fez à coluna, a falta de uma estratégia nacional de vacinação, as suspeitas de corrupção que pairam sobre o governo e o descontrole retórico do presidente formam o caldo que tem feito deputados e, principalmente, senadores se desgarrarem da base aliada.

“Tem um cheio de ingovernabilidade no ar. A pandemia segue sem controle. A situação do governo no Senado já mostra que não há mais maioria. A privatização da Eletrobras passou raspando. A CPI está descontrolada. Na Câmara, o voto impresso, principal causa do presidente hoje, será derrotado. Caminha-se para Bolsonaro não conseguir mais governar”, afirmou o ministro, sob a condição do anonimato.

No STF, há ceticismo entre os ministros sobre a possibilidade de um impeachment. A principal razão é a proximidade das eleições, daqui a um ano e dois meses e meio. Na leitura deste mesmo ministro, “não faria sentido” tirar Bolsonaro tão perto de um pleito:

“O impeachment da Dilma (Rousseff) deixou um trauma. Fazer outro impeachment agora seria difícil. E não faria sentido sendo a eleição daqui a um ano”.

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Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal (STF)
Brasília(DF), 19/01/2017 - Fim de tarde no Superior Tribunal Federal - STF - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Nelson Jr/STF
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