Queiroz está magoado com Bolsonaro: “Poderia ter feito aceno”

Ex-assessor de Flávio, investigado pelo MPRJ pelo crime de peculato, sente que poderia ter sido eleito com ajuda da família Bolsonaro

Bruna Lima
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O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, está magoado por ter sido abandonado pelo senador e por Jair Bolsonaro. Investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por supostamente comandar um esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do estado, Queiroz sente que poderia ter ganhado uma cadeira na Casa se a família presidencial tivesse se envolvido em sua campanha.

De “ressaca eleitoral”, o PM reformado contou à coluna que está “triste” com a sua derrota na disputa por uma vaga na Alerj e queixou-se da falta de aceno do presidente e do senador, a quem ajudou a eleger em 2018.

“Não sou bandido, sabe? Eu poderia ter um reconhecimento, ter um apoio. Se ele tivesse feito um aceno, eu teria feito mais votos, sem sombra de dúvidas. A gente fica triste quando perde, eu sempre fui um cara sedoso, sempre ganhei as coisas que disputei”, disse Queiroz.

Apesar da chateação, o ex-assessor de Flávio está engajado na reeleição de Bolsonaro. Queiroz, contudo, afirma que só está fazendo campanha porque não quer a volta do PT, e não porque é Bolsonaro quem está disputando.

“Não é o Bolsonaro, é apenas um presidente que deve ser eleito no lugar do Lula. Se fosse outra pessoa disputando, se fosse de direita, eu também me empenharia. O Tarcísio, um Moro… É questão ideológica, mas não tenho problema nenhum com Bolsonaro”, afirmou o ex-assessor, que tem como planos futuros cuidar de sua saúde e, talvez, voltar à política em 2024, nas eleições municipais.

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Fabrício José Carlos de Queiroz, de 56 anos, é policial militar reformado e ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente da República
Amigo do clã Bolsonaro desde 1980, o ex-policial também foi motorista e segurança da família. Além dele, Márcia Oliveira de Aguiar, esposa de Fabrício, e as duas filhas do casal já trabalharam para Flávio
Após ser acusado de suposto envolvimento em esquema de rachadinha quando ainda assessorava o filho mais velho de Bolsonaro, Queiroz foi afastado do convívio da família do presidente
A investigação realizada dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro teve início no fim de 2018, quando a Polícia Federal investigava casos de corrupção dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Relatórios apontaram movimentações suspeitas de parlamentares e servidores da Casa legislativa. Um deles era Queiroz
O Ministério Público do Rio de Janeiro descobriu, por meio de quebra de sigilo, que Fabrício movimentou milhões por meio de depósitos de dinheiro feitos por assessores ligados ao gabinete do filho mais velho do presidente. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar um esquema de "rachadinha" no gabinete do então deputado estadual
As investigações apontaram ainda repasse no valor de R$ 72 mil do ex-policial em 21 cheques para a primeira-dama Michele Bolsonaro. À época o presidente afirmou que foi pagamento de um empréstimo
Fabrício e a esposa chegaram a ser presos preventivamente após mandado de prisão e de busca e apreensão, mas tiveram a prisão revogada pelo STJ em 2021
Recentemente, surgiram informações de que Queiroz estaria interessado em se candidatar para as eleições de 2022. Ele, inclusive, afirmou ter recebido convites de filiação de quatro partidos
“Ainda não tem nada certo, mas ainda bem que as pessoas estão vindo me procurar e eu tenho espaço e oportunidades”, disse Queiroz sobre a possibilidade de se lançar como candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições deste ano
Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro: amigo da família poderá trabalhar em gabinete de deputado bolsonarista
Segundo o colunista Guilherme Amado, Queiroz esteve em Brasília e se reuniu com a presidente do PTB, mas disse que nada foi definido
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