Há um temor generalizado no PSDB sobre o que restará do partido caso o petista Fernando Haddad seja eleito governador de São Paulo.
Tucanos de envergadura nacional afirmam que Haddad fará uma limpeza na máquina pública caso sente na cadeira do Palácio dos Bandeirantes. O PSDB não conseguiria alocar todos os demitidos na Prefeitura de São Paulo e ficaria sem a capilaridade que lhe dá sustentação no estado.
O domínio do governo paulista possibilitou ao PSDB a filiação em massa de prefeitos e vice-prefeitos, o que rendeu ao partido representação em 368 cidades. Se perder o controle sobre o orçamento estadual, o PSDB deve desidratar até a eleição municipal de 2024 e sofrer queda abrupta de representatividade na sua maior fortaleza.
Em condição reservada, alguns dos principais prefeitos do PSDB admitem que eventual derrota de Rodrigo Garcia pode forçá-los a buscar a desfiliação.
Garcia é o candidato mais competitivo para enfrentar Haddad no segundo turno, segundo o último levantamento do Datafolha. O governador disputa o posto com o bolsonarista Tarcísio de Freitas, com quem está empatado no limite da margem de erro. O ex-ministro da Infraestrutura tem 23% das intenções de voto, contra 19% do tucano. Haddad soma 34%.