Deputados cobram investigação de fraude da vacina falsa no ConecteSUS

Em 7 minutos, golpista incluiu vacina falsa da Covid no sistema do ministério, como mostrou a coluna; deputados cobram PF, CGU e Saúde

Eduardo Barretto
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Deputados do PSol cobraram nesta segunda-feira (13/3) que o governo federal investigue uma inclusão falsa de vacina da Covid no sistema do Ministério da Saúde por um golpista, revelada pela coluna mais cedo. Os parlamentares pediram providências ao ministério, à Polícia Federal (PF) e à Controladoria-Geral da União (CGU).

Em apenas sete minutos, um golpista conseguiu adicionar no sistema federal que abastece o ConecteSUS uma dose falsa de vacina, com data retroativa. Sem pagar os R$ 300 cobrados pelo golpista, a coluna comprovou a fraude por meio de mensagens e do aplicativo do ministério. A polícia foi informada sobre o esquema.

A deputada Luciene Cavalcante enviou ofícios à ministra da Saúde, Nísia Trindade, e ao ministro da CGU, Vinícius de Carvalho. Cavalcante disse que o caso mostra uma “grande falha” no sistema público de vacinação e compromete a veracidade de certificados de imunização.

“Tal episódio é de grande preocupação, pois identifica uma grande falha no sistema de controle de vacinações e de certificados pelo Sistema Único de Saúde, comprometendo os dados utilizados para controle desta política pública”, disse a deputada, complementando:

“A fraude também compromete a veracidade de inúmeros certificados de vacinação, inclusive de altas autoridades, como é o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda em constante negativa da publicidade de seu cartão de vacinação”.

Colega de partido e estado de Cavalcante, o deputado Ivan Valente pediu que a PF abra um inquérito.

“Os fatos narrados constituem fortes indícios de crime no ConecteSUS, do Ministério da Saúde, razão que nos leva a solicitar a instauração de inquérito para a referida apuração, e a consequente adoção das medidas cabíveis”, escreveu Valente.

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Metrópoles/Arte: Guilherme Prímola Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.
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Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que abrirá uma apuração sobre o caso. A pasta disse ainda não ter identificado acessos indevidos ao sistema de imunização, e afirmou que os dados de vacinas são controlados diretamente por funcionários que trabalham em estados e municípios. O ministério afirmou também que bloqueia usuários suspeitos de uso indevido do sistema.

“O Ministério da Saúde não identificou nenhum acesso indevido ao sistema de dados sobre imunização, onde são registradas as doses aplicadas na população que aparecem de forma automática no Conecte SUS”, disse a nota, acrescentando: “Não é possível realizar registro de vacinação diretamente no ConecteSUS. O aplicativo não é um sistema de informação, ele espelha os registros realizados no sistema de imunização.”

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