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Deputado do PL do RJ foi acusado de arrendar prefeitura para corrupção

Rodrigo Bacellar, ex-secretário de Governo do Rio de Janeiro, foi acusado, em uma delação premiada, de liderar esquemas de corrupção

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Alerj
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1 de 1 rodrigo-bacellar-ganha-a-queda-de-braco-e-a-secretaria-estadual-de-governo - Foto: Alerj

Cotado para ser o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o cada vez mais forte deputado Rodrigo Bacellar, ex-secretário de Governo de Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, foi acusado, em delação premiada feita em 2010, de controlar esquemas de corrupção na prefeitura de Cambuci, cidade no interior do estado. Bacellar, que cumpre mandato na Alerj pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, nunca foi eleito por Cambuci, mas, segundo os delatores, alugava a prefeitura por R$ 180 mil mensais, e, junto do pai, Marco Bacellar, comandava as operações no governo da cidade.

A denúncia foi feita há dez anos pela vereadora de Cambuci, Leila Cristina Velasco, do Solidariedade, e pelos ex-vereadores da cidade Davi Ramiro Ney e Carlos Vitorino da Fonseca, que firmaram uma delação premiada. No relato, Velasco, Ney e Vitorino disseram que Bacellar, o qual era presidente da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte), comandava o setor de licitações da prefeitura de Cambuci, e que seu pai, então vereador de Campos, cidade do sul fluminense, na época, era “muito conhecido pelas irregularidades cometidas no município”.

No documento a que a coluna teve acesso, os três políticos de Cambuci alegam que Marco Bacellar foi eleito deputado estadual por Campos com apoio de Oswaldo, prefeito de Cambuci na época em que a prefeitura teria sido arrendada para a família Bacellar.

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Segundo os delatores, o apoio de Oswaldo à candidatura de Marco já era parte do acordo de entrega da prefeitura de Cambuci à família.

“Marco Bacellar foi candidato a deputado estadual este ano [2010] apoiado pelo prefeito de Cambuci, Oswaldo Botelho; o que se comenta é que foi feito um acordo do atual prefeito, Oswaldo, com Marco Bacellar, onde o prefeito entregaria a administração de Cambuci, alugaria a Prefeitura e em troca receberia R$ 180 mil por mês de Marco Bacellar.” […]

Segundo a delação, Rodrigo, Leandro, Rui e Márcio passaram a mandar na prefeitura e disseram que quem não quisesse cumprir as suas ordens poderia pedir exoneração.

A denúncia contou detalhes também sobre uma suposta reunião em que Bacellar, já à frente da prefeitura de Cambuci e na presença do prefeito, disse que os esquemas de corrupção seriam feitos de maneira “profissional” e “sem deixar rastros”. O ex-secretário de Castro teria comparado seu grupo com outro que estava à frente de Cambuci, mas cujos integrantes foram presos por corrupção.

“O prefeito Oswaldo resolveu colocar outra equipe no lugar, escolhendo aquela de Marco Bacellar, cujos integrantes são mais perigosos do que a quadrilha que está presa. Na reunião realizada com todos os secretários municipais no dia 25 de outubro de 2010, o prefeito apresentou Rodrigo, e este se mostrou como sendo o prefeito, conduzindo a reunião. Os servidores estranham o fato de que Rodrigo nem foi nomeado pelo prefeito e já está mandando na cidade. Rodrigo disse na reunião que a quadrilha que está presa é amadora e que ‘não sabem fazer o negócio direito’, que ‘deixam rastros'”, disseram os delatores.

O caso em que a delação premiada ocorreu foi encerrado em 2012. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu pelo afastamento do prefeito Oswaldo, mas nada aconteceu com Marco e Rodrigo Bacellar. Na época, o deputado alegou estar sendo vítima de perseguição política.

Bacellar já foi filiado a diversos partidos, entre eles PT e PMDB. A ascensão política do ex-secretário é considerada por parlamentares do estado como meteórica. Bacellar se candidatou pela primeira vez em 2018, foi eleito deputado estadual, encabeçou o impeachment do ex-governador Wilson Witzel e se tornou um dos secretários mais poderosos de Castro, liderando e orientando decisões.

Na última semana, o deputado deixou o cargo no governo para voltar à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e tentar a reeleição ao cargo de deputado estadual. Antes de sair, contudo, deixou seu sucessor na Secretaria de Governo e influenciou na troca do secretário de Fazenda.

O ex-secretário de Castro mira a cadeira de presidente da Casa e goza por ser o nome indicado e apoiado pelo governador.

O deputado não respondeu às tentativas da reportagem de contato. O espaço está aberto para manifestações.

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