Cade abre processo contra gráficas por suposto cartel
Órgão de controle da concorrência, Cade apontou “indícios robustos” de cartel do mercado de impressões gráficas em contratos com governos
atualizado

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de controle da concorrência, abriu um processo contra sete empresas e oito pessoas por suposta prática de cartel do mercado de impressões gráficas em contratos com governos. A decisão foi assinada nesta segunda-feira (27/3).
O Cade apontou “indícios robustos” de fixação de preços, divisão de mercado entre concorrentes e troca de informações sensíveis. Essas condutas anticompetitivas, segundo a decisão, afetaram o mercado nacional de impressões gráficas pelo menos entre 2011 e 2015. Os órgãos públicos prejudicados foram mantidos em sigilo. Entre as provas dessas alegadas irregularidades estão e-mails, mensagens e encontros presenciais.
Os alvos do processo administrativo têm um mês para apresentar defesa ao Cade. As empresas investigadas são: Alsar Tecnologia em Redes; CTIS Tecnologia; GTP Tecnologia; Project Engine; R.R. Donnelley; Thomas Greg & Sons; e Valid Soluções. As pessoas investigadas são: Amilton Garrau; Antonio Rebouças; Fernando Bebiano; Gilberto Roque; Luis Sergio Sol; Luiz Araújo; Marco Juliano Barro; e Wendell Salles.
A lista inclui as firmas Valid e R.R. Donnelley, que foram alvo da Polícia Federal em dezembro de 2021. Naquela ocasião, a Operação Bancarrota apurou uma suposta fraude de R$ 130 milhões envolvendo contratos milionários de gráficas que imprimiram provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).