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Reunião de conselho é cancelada, e Melles ganha sobrevida no Sebrae

Integrantes do governo Lula trabalham para destituir diretoria do Sebrae, eleita em novembro de 2022, mas não tiveram apoio necessário

atualizado

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Divulgação
Carlos Melles, presidente do Sebrae
1 de 1 Carlos Melles, presidente do Sebrae - Foto: Divulgação

A reunião em que seria discutida a destituição da diretoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) foi cancelada. Com isso, o atual presidente, Carlos Melles, ganhou fôlego no cargo.

Nos bastidores, integrantes do governo Lula (PT) trabalham para substituir Carlos Melles, reeleito em 2022. A possível troca já era aventada ainda durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Para retirar Melles do cargo, que tem mandato de quatro anos, seriam necessários 11 dos 15 votos do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) do Sebrae.

Sem a certeza de que haveria o apoio exigido para destituir Melles, a reunião marcada para quarta-feira (8/3) acabou cancelada.

Melles ficou enfraquecido no cargo depois que denúncias de assédio moral vieram à tona, no fim do ano passado. Ele aparece em vídeo proferindo xingamentos, ofensas e intimidações contra servidores durante reuniões do Sebrae.

Nas gravações, Melles desrespeita funcionários – em sua maioria, mulheres. Ele as chama de “bicuda”, “tagarela”, “mole” e “teimosa”, entre outros adjetivos. Em uma das situações, o presidente do Sebrae classifica uma profissional de “advogada mais ou menos”.

Como funciona o conselho

O governo federal ocupa cinco das 15 cadeiras do CDN. Como a reunião para destituição foi cancelada, um possível novo encontro deve ser convocado pela maioria dos conselheiros. No entanto, não há previsão de quando nem se isso vai acontecer.

Apesar haver participação do governo no Conselho Deliberativo Nacional, o Sebrae é uma entidade privada de serviço social e sem fins lucrativos. O objetivo da instituição é capacitar e promover desenvolvimento econômico e competitivo de micro e pequenas empresas. O orçamento da entidade previsto para 2023 é de R$ 7,5 bilhões.

Veja quem compõe o Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae:

  1. Presidente do CDN, José Zeferino Pedrozo: ex-deputado estadual de Santa Catarina e ex-vereador de Campos Novos (SC), atualmente exerce a função de vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc);
  2. Cláudio George Mendonça, representante da Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais (Abrase);
  3. Jeanette Halmenschlager Lontra, da Associação Brasileira das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE);
  4. Marcela Chami Gentil Flores, da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei);
  5. Francisco Saboya Albuquerque Neto, da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec);
  6. Alberto Martinhago Vieira, do Banco do Brasil (BB);
  7. José Luis Pinho Leite Gordon, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
  8. Alfredo Cotait Neto, da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB);
  9. Daniel de Castro Borges, da Caixa Econômica Federal;
  10. José Roberto Tadros, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC);
  11. Robson Braga de Andrade, da Confederação Nacional da Indústria (CNI);
  12. Waldemar Barroso Magno Neto, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep);
  13. Milton Coelho da Silva Neto, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE);
  14. Ercílio Santinoni, da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais (Conampe);
  15. José Tarcísio da Silva, da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro).

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