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Fiéis acusam falso pastor preso no DF de estupro, cárcere privado e roubo

Alailson Amorim se apresentava como pastor itinerante e ganhava a confiança de fiéis pelo país. Ele seduzia mulheres com o perfil religioso

atualizado

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Reprodução/YouTube
Alailson Amorim
1 de 1 Alailson Amorim - Foto: Reprodução/YouTube

O homem acusado de se passar por falso pastor itinerante para ganhar a confiança de fiéis e roubá-los também é investigado por cometer outros crimes, como estupro e cárcere privado de mulheres. Alailson Amorim, 41 anos, fez vítimas em diversos estados do país, como Sergipe, Maranhão, Mato Grosso do Sul e São Paulo, segundo investigação da Polícia Civil de SE.

Ele foi preso no Distrito Federal no último sábado (14/8), após postar foto em um shopping de Taguatinga. Alailson planejava se mudar para Portugal. O delegado Hugo Leonardo Melo, da Polícia Civil de Sergipe, disse à coluna Grande Angular que a equipe adiantou a prisão do criminoso para evitar fuga à Europa.

“Duas vítimas estavam acompanhando as redes sociais e ele postou fotos no shopping. A gente, com o apoio da PMDF, fez a operação para prendê-lo o quanto antes”, afirmou o delegado. 

As investigações contra Alailson começaram em fevereiro deste ano, após um idoso denunciar golpe envolvendo a venda de um carro com dívida de financiamento estimada em R$ 18 mil. Os policiais descobriram que Alailson age como pastor itinerante, muda-se constantemente, e prega em igrejas nas regiões onde se instala, para ganhar a confiança de fiéis e sustentar seu perfil de homem religioso.

Ele era recebido na casa dos pastores ou de mulheres que seduzia, e lá cometia os crimes. “Ele some levando notebook, lojas, relógios e dinheiro da casa das pessoas que o acolheram”, disse o delegado.

Segundo a investigação policial, o falso pastor se aproximava das fiéis da igrejas, apossava-se de cartões bancários e senhas para fazer compras, e sumia deixando as vítimas no prejuízo. “Quando ele deixava as mulheres, subtraía também computadores e até roupas íntimas”, disse Melo.

Duas mulheres, que moram no Maranhão e em São Paulo, contaram à polícia que foram vítimas também de cárcere privado. Uma delas disse que foi estuprada.

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Uma pastora de 42 anos afirmou, em depoimento, que Alailson já tinha pregado em sua igreja e que, em janeiro de 2021, iniciou contato com ela por meio das redes sociais. Eles se casaram semanas depois. O homem vendeu carro, móveis e itens da igreja dela, além de tirar R$ 6 mil de sua conta.

Em junho deste ano, ele foi embora e levou roupas da pastora, notebook, pedestal e caixa de som da igreja, e mais R$ 1,5 mil em dinheiro. Durante o relacionamento, ele usou o cartão de crédito dela e deixou uma dívida de R$ 8 mil.

A vítima contou que o falso pastor a trancou dentro de casa e que, quando saíam juntos, ele não a deixava sair de perto dele. O homem bloqueou os amigos e a família da mulher das redes sociais dela e excluiu os contatos do telefone.

A pastora revelou que ele a forçava a ter relações sexuais e a mordia para que ela fizesse sexo. Em maio, Alailson a agrediu, segundo a vítima. Ela dizia que não queria manter relações sexuais, mas o homem afirmava que “era o papel da esposa e estava escrito na Bíblia”.

Puxões de cabelo

Uma segunda mulher, de 40 anos, revelou à polícia acreditar que Alailson era uma boa pessoa, pois se apresentava como pastor e tinha mais de 30 mil seguidores no Facebook. Ela, porém, começou a desconfiar que estava sendo enganada pelo namorado porque ele pegou seus anéis de ouro e a convenceu a comprar um carro por R$ 22 mil, com o dinheiro que ela recebeu de uma indenização trabalhista.

Segundo a vítima, ele a trancou por dois dias dentro de casa, em 2020, sem telefone celular ou acesso à área externa da residência. De acordo com o depoimento da mulher, ele chegou em casa, os dois discutiram e o falso pastor a agrediu com puxões de cabelo e ainda apertou seu braço. A vítima disse que ele ameaçou contratar um matador de aluguel para pôr fim à vida dela. O homem teria ido embora com os documentos pessoais da mulher, cartões bancários e o carro comprado com o dinheiro dela.

Alailson dizia para suas vítimas que era vinculado à Associação Nacional dos Pastores do Brasil e que era formado em direito e teologia, mas a Polícia Civil de Sergipe descobriu que é tudo mentira. Segundo as investigações, o homem usava três perfis falsos nas redes sociais: de um juiz de Sergipe, um policial e uma advogada. Por meio dos fakes, ameaçava as pessoas que o estavam expondo.

O falso pastor responde a seis processos por furto, estelionato e apropriação indébita. Havia dois mandados de prisão abertos contra ele. No DF, Alailson tem uma ex-mulher e um filho.

Em 2012, ele foi detido por furtar um carro no município de Japoatã (SE). Interrogado pelos policiais militares, o acusado disse que cometeu o crime “em momento de fraqueza”, enquanto estava “possuído pelo demônio”.

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