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Falso Negativo: solto, Eduardo Hage se diz “honesto e dedicado à Saúde”

Ex-subsecretário foi preso no dia 25 de setembro, na Operação Falso Negativo e deixou a prisão após obter liminar no STJ

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Médico Eduardo Hage
1 de 1 Médico Eduardo Hage - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Solto após obter liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ex-subsecretário de Vigilância à Saúde do Distrito Federal Eduardo Hage se pronunciou, nesta quinta-feira (15/10), pela primeira vez após deixar a prisão.

O médico disse, em publicação nas redes sociais direcionada a amigos, que “ainda resta um longo caminho para selar de vez esta verdade”. Hage reforçou que é “cidadão comum, honesto e dedicado à Saúde pública deste país”.

“Amigos e amigas. Mais uma vez, agradeço a todos que apoiaram a mim e minha família em mais esta luta para tornar claro o que sempre fui em toda minha trajetória profissional e de vida. Um cidadão comum, honesto e dedicado à saúde pública deste país. Ainda resta um longo caminho para selar de vez esta verdade. Mas, com a certeza dos justos, a fé em Deus e o apoio de vocês e de minha família, conseguiremos vencer mais esta etapa. Um grande abraço a todos”, afirmou.

Hage foi detido pela 1ª vez no dia 25 de agosto, quando ainda era subsecretário. Ele foi solto três dias depois, após o STJ conceder habeas corpus. À época, ficou proibido de manter contato com os outros investigados e sair do DF sem autorização judicial.

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Na segunda vez, o subsecretário foi preso em 25 de setembro, no âmbito da Operação Falso Negativo. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) prendeu oito ex-gestores e denunciou 15 pessoas por irregularidades na compra de testes para detecção da Covid-19.

O ministro do STJ Rogério Schietti concedeu, na terça-feira (13/10), liminar a Eduardo Hage, após a defesa entrar com um habeas corpus para tirar o médico da prisão. Hage deixou o Complexo Penitenciário da Papuda por volta das 21h30 do mesmo dia. Como não foram fixadas medidas cautelares para substituir a detenção, Hage tem “liberdade incondicionada”, ou seja, sem restrições.

Acusação

Hage e outras 14 pessoas foram denunciadas pelo MPDFT por organização criminosa, fraude à licitação e peculato, entre outros crimes. A 5ª Vara Criminal de Brasília aceitou a denúncia, em 21 de setembro, e os 15 se tornaram réus.

De acordo com a denúncia remetida à Justiça, Eduardo Hage, na função de Subsecretário de Vigilância à Saúde, articulava com o denunciado Jorge Chamon, então diretor do Laboratório Central (Lacen), a confecção de projetos básicos para contratações desnecessárias.

Os contratos, segundo os promotores, eram “voltados apenas a desviar vultoso montante de dinheiro público”. Hage também é apontado como a autoridade responsável pela aprovação dos projetos básicos.

A denúncia diz ainda que o ex-subsecretário também possuía contato direto com as empresas privadas. “Conversas em aplicativo analisadas demonstraram que ele foi a pessoa quem recebeu a minuta do projeto básico elaborada por Roberta Cheles, representante da Biomega, que futuramente se sagraria vencedora da contratação direta”, afirmam os promotores.

A defesa de Eduardo Hage nega quaisquer irregularidades.

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