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Carros para PcDs: falta conhecimento, sobram regras para comprá-los

Mais da metade (55%) dos brasileiros desconhecem como adquiri-los e 30% nem sequer sabiam da existência de benefícios 

atualizado

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Em dezembro, haja preocupação com planos, datas, efemérides, comemorações. Pois bem: é também o mês em que se lembra da pessoa com deficiência, como forma de promover uma maior compreensão sobre o assunto e mobilizar a defesa pela dignidade, pelos direitos e pelo bem-estar destes cidadãos. E como estão eles? Em relação à compra de carros, nada bem. 

A Webmotors Autoinsights, um portal de notícias, dados e informações sobre o mercado automotivo, fez um levantamento inédito e constatou: pelo menos 55% das pessoas entrevistadas desconhecem as regras para aquisição e 30% nem sequer sabiam da existência de benefícios nesse tipo de compra para Pessoas com Deficiência, as chamadas PcDs.

A pesquisa foi realizada com 4 mil usuários das plataformas da Webmotors. Pelo menos 41% (1.027) tinham algum tipo de deficiência ou com um parente que poderia usufruir das regras. Entre os respondentes, 21% já afirmaram terem comprado um veículo para PcD: 14% para eles mesmos e 7% para um amigo ou parente.

Mas, questionados sobre as dificuldades na hora da compra, 59% já sentiram algum tipo de complicação na busca. O baixo número de ofertas de carros especiais foi apontado por 40% dos entrevistados e 31% relataram a falta de variedade de modelos. 

Além disso, 27% reclamaram da falta de atenção dos vendedores nas lojas físicas e 20% disseram sentir falta de mais filtros de busca específicos para carros para as PcDs nos classificados dos ambientes digitais.

Atualmente, a soma dos encargos com IPI, ICMS, IPVA e IOF pode chegar a até 30% do valor do veículo escolhido e o valor máximo do carro para obtenção do benefício é de R$ 140 mil – mas só até 31 de dezembro deste ano. 

A partir de então, as PcDs iriam pagar o preço cheio por um zero quilômetro. Mas o Senado reagiu e aprovou o PL 5.149 e adiou para 31 de dezembro de 2026 a isenção do IPI na compra do 0km por esse público – e incluiu deficientes auditivos e taxistas. 

O PL é de autoria da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) e foi relatado pelo senador Romário Faria (PL-RJ). Os dois também decidiram ampliar para R$ 200 mil o teto para a concessão do benefício. Como havia sido aprovado na Câmara, agora espera sanção do presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro.

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