Argo Trekking: como “caminha” o novo aventureiro da Fiat
Modelo é charmoso, alto para os padrões do segmento, ágil e tem até pneus off-road. Para ‘aventuras’ no Cerrado, vale investir
atualizado
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O Fiat Argo terminou o primeiro semestre deste ano como 8º carro mais vendido do país, com 36.211 unidades – e só um pouquinho atrás de modelos bem populares, como o Renault Kwid (40.520) e Volkswagen Gol (38.303). Vale lembrar: o Chevrolet Onix foi o campeão, com 116.906 unidades vendidas. Umas das razões da subida foi o lançamento da charmosa versão Trekking, lançada no final de abril.
Tem fundamento: começando em R$ 59.990, o consumidor da marca leva um modelo com estilo ‘aventureiro’, com alguns itens esportivos interessantes – como os pneus todo-terreno. A suspensão é elevada – claro, com maior altura livre do solo: isso garante mais 40mm em relação à versão normal. Isso o leva para 195mm e o torna o terceiro mais alto.
No entanto, no site da Fiat, no processo Monte o seu, o Argo Trekking certamente acaba saindo mais caro, claro, diante de tantas opções. Se você incluir rodas de liga leve 6.0 x 15″ com cor exclusiva + pneus 205/60 R15, terá que desembolsar mais R$ 1.650.
Por uma câmera de ré, mais R$ 710. Uma pintura com cor perolizada eleva o preço em mais R$ 2,3 mil. Acessórios como protetor de carter (R$ 262), carpete (R$ 470) ou parafuso antifurto para as rodas (R$ 342) etc, elevam o custo final a, fácil, fácil, R$ 65 mil.
O Entre-eixos testou por uma semana a simpática versão, na cor branca e teto preto – e detalhe idem no capô, nos retrovisores. O uso foi eminentemente urbano, exceto uma manhã de sábado na região de Brazlândia ao sabor de cascalho, quebra-molas e poeira (para avaliar a suspensão) e, no fim, comida mineira/goiana.
O conjunto do Argo Trekking tem motor 1.3 Firefly, três cilindros – e não tão econômico, como se imaginava, com câmbio manual: dê-se desconto, porém, ao comportamento do motorista.
O propulsor é capaz de desenvolver 109cv de potência, com 14,2kgfm de torque. Como o carro um pouquinho a mais do que 1,1 tonelada, é uma boa relação peso-potência.
Nas perigosas DF-001/BR-080, sem duplicação e motoristas estressados, o Argo Trekking deu conta da tensão: mesmo que a força só apareça com o pé enfiado no acelerador, em rotações altas. O consumo nas vias de Brasília foi padrão, na faixa dos 8,5km/l. Nos pequenos trechos de estradas, um pouco menos do que 10 km/l.
Os pneus 205/60, valem reforçar, têm também corpo (e não só cara) de off-road, com sulcos maiores – só eles garantem 22mm de elevação do carro, com 18mm do conjunto de amortecedores.
Beleza na mesa
Quanto ao design, a atenção dada pela Fiat merece destaque aos olhos do comprador? Desconte-se o subjetivismo do gosto, mas há elementos interessantes. Uns são corriqueiros, como as molduras que cobrem os para-choques e as caixas de rodas, outros menos comuns, caso do teto pintado em preto brilhante e decorado sutilmente com dois triângulos – para formar um ‘pinheiro’.
Lista de equipamentos
Para um carro urbano, ‘quase’ popular, a lista de equipamentos é até boa: a chave, por exemplo, é dobrável, do tipo canivete. A direção é elétrica – assim como os espelhos, vidros e travas. O painel tem visor de LCD colorido para o computador de bordo. E o ar-condicionado é padrão Fiat.
Na versão de teste enviada pela Fiat, que geralmente põe à disposição com todo pacote possível, não havia controle de estabilidade – detalhe que o Entre-eixos considera crucial, até em função das exigências legais para tal equipamentos. Os airbags são os obrigatoriamente legais, no painel, para passageiro e motorista.
Espaço e conforto
Ninguém compra um hatch esperando espaço de sobra (só espera que não falte nas necessidades): o porta-malas do Argo tem somente 300 litros. Pessoas altas que vão na frente têm dificuldade com o teto, digamos assim. Atrás, nem tanto: eu, por exemplo, com 1,79m, fiquei mais confortável no banco traseiro.
O acabamento é de boa qualidade. Claro, o plástico predomina nas portas e painéis, mas o tecido do banco não deixa as costas e braços coçando.
O sistema multimídia é padrão: às vezes, demora a conectar com o seu smartphone, o som não tem nada de especial, mas pelo menos ficou bonito com a tela de 7 polegadas do tipo ‘suspensa’ no painel. É touchscreen, com Apple CarPlay e Android Auto.
O teto é preto e há molduras de sobras cromadas, contornando as saídas de ar. Os bancos, escuros, têm tecidos mais grossos com a expressão Trekking bordada nos encostos.
Ficha técnica
Motor
Flex, de 4 cilindros, 1.3, 8V
Potência
101 cv (gasolina) a 6.000 rpm e 109 cv (etanol) a 6.250 rpm
Torque
13,7 kgfm (gasolina) a 3.500 rpm e 14,2 kgfm a 3.500 rpm (etanol)
Velocidade máxima
173 km/h
Câmbio
Manual de cinco marchas
Direção
Elétrica
Rodas e pneus
205/60 R15
Dimensões
Comprimento: 4 metros
Largura: 1,72 metros
Altura: 1,57 metros
Entre-eixos: 2,52 metros
Tanque de combustível
48 litros
Porta-malas
300 litros
Garantia
3 anos
E mais…
√ A Mopar, empresa da própria Fiat, oferece mais de 50 acessórios para o modelo: dois exclusivos para o Trekking (barras transversais de teto e suporte para bicicleta)
√ E a rede vertical de carga? É uma boa ação, pode apostar: ela organizar tudo que estiver solto no porta-malas
√ Na Argentina, o Argo foi muito bem aceito: em maio, estava na lista dos 10 mais vendidos. Em junho e julho, já se tornara o mais vendido no país.