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No clima da série Bridgerton, descubra como surgiram as colunas de fofocas

Saiba, tintim por tintim, como surgiram os folhetins da era da Regência que trazem os babados quentes dos famosos

atualizado

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Netflix/Divulgação
Claudia Jessie como Eloise Bridgerton
1 de 1 Claudia Jessie como Eloise Bridgerton - Foto: Netflix/Divulgação

“Já quero a segunda temporada.” A afirmação é compartilhada pelos telespectadores de Bridgerton nas redes sociais após assistirem aos oito primeiros episódios da série, baseada nos livros de Julia Quinn. Lançado em 25 de dezembro, o seriado conquistou os usuários da Netflix nos quatro cantos do mundo, com romance, representatividade e fofocas da alta sociedade britânica. Desde que entrou para o catálogo do serviço de streaming, a produção ocupa as primeiras posições do top 10, oscilando entre o primeiro e o segundo lugar.

Na primeira temporada da série, produzida por Shonda Rhimes, as relações da alta sociedade de Londres do século 19 se pautam nas páginas da anônima e onipresente Lady Whistledown. Trazendo verdades com palavras ácidas, a colunista social envolve em uma teia de escândalos desde a rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) até os protagonistas da vez, os apaixonados Simon Basset (Regé-Jean Page) e Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor).

Bridgerton
Personagens de Bridgerton

Composta por oito irmãos, a família Bridgerton se esforça para lidar com o mercado de casamentos, os bailes suntuosos de Mayfair e os palácios aristocráticos de Park Lane, além dos boatos a seu respeito na coluna de Lady Whistledown. Com a morte do marido, a matriarca Violet Bridgerton (Ruth Gemmell) se vê na missão de conduzir os filhos à vida adulta, principalmente, o primogênito, Anthony (Jonathan Bailey). Ele assume o posto de visconde após o falecimento do pai.

Do primogênito para o caçula, os oito irmãos foram nomeados em ordem alfabética. Depois de Anthony, nasceram: Benedict (Luke Thompson); Colin (Luke Newton); Daphne (Phoebe Dynevor); Eloise (Claudia Jessie); Francesca (Ruby Stokes); Gregory (Will Tilston); e Hyacinth (Florence Hunt).

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Conforme o Metrópoles noticiou no último sábado (2/1), o best-seller O Duque e Eu, de Julia Quinn, que deu origem à série Bridgerton, é a obra mais vendida da Amazon brasileira em todas as categorias de livros. A publicação pode ser comprada por R$ 29,90.

Caso tenha ou não assistido à série Bridgerton, em algum momento da vida, você pode ter imaginado sobre a origem das páginas de fofoca. Se não se aprofundou na pesquisa, a coluna Claudia Meireles vai te contar tintim por tintim como surgiram os folhetins que trazem os babados quentes dos famosos. Spoiler: eles começaram abordando a vida dos membros da família real e aristocracia. Atualmente, trazem novidades de cantores, atores e influenciadores digitais.

Confira:

Segundo o site Town&Country, uma cronista como Lady Whistledown tem precedentes definidos na vida real. “Os jornais eram abundantes durante a era da Regência, com a maioria das histórias publicadas centrando-se em política, crime, moda, infidelidade, ou ações reais”, disse o escritor Geri Walton ao veículo.

De acordo com o especialista, qualquer história que pudesse gerar polêmica e aumentar o número de leitores teve cobertura pela imprensa da época, como também rumores e fofocas sobre debutantes. “Os jornais se concentraram em aristocratas e socialites ricas”, explicou.

jornais dobrados
“Os jornais se concentraram em aristocratas e socialites ricas”

Já a historiadora Catherine Curzon, autora de The Daughters of George III: Sisters and Princesses, falou ao portal que os leitores podiam acompanhar de perto as idas e vindas das classes sociais superiores nas populares colunas do jornal Fashionable World, que noticiava assuntos relacionados a roupas, joias e os eventos e bailes da sociedade.

Lady Whistledown da vida real

Curzon afirma que, no século 18, havia uma escritora de fofocas da vida real semelhante à Lady Whistledown. Seria Crackenthorpe, conhecida como “a senhora que sabe tudo”. Ela foi autora anônima por trás de Female Tatler, publicado entre 1709 e 1710. Por meio da sátira, a escritora destinava seus textos às mulheres com o intuito principal de educar (mesmo que por meio da fofoca). “Embora The Female Tatler tenha durado pouco, outras revistas floresceram”, contou.

A antiga revista Town and Country (de 1769 a 1796) era uma das mais influentes no segmento, conforme explica Catherine Curzon. Na coluna Tête-à-Tête, a cada mês, o perfil e os escândalos de um casal de celebridades eram divulgados. O interesse pelos “babados quentes” crescia cada vez mais.

Alvos das manchetes

A duquesa de Devonshire, Georgiana Cavendish, e a atriz Elizabeth Farren foram muito retratadas nos jornais. Mas o casal Mary Robinson e seu amante, o príncipe de Gales, mais tarde conhecido como príncipe Regente e, por fim, George IV, lideraram as manchetes.

Georgiana Spencer
Duquesa de Devonshire Georgiana Spencer (1757 – 1806), 1ª esposa do 5º Duque de Devonshire

“Tanto a imprensa quanto os gravadores satíricos se referiam a eles como Perdita e Florizel, o que ecoava o papel mais famoso de Robinson e os apelidos que o príncipe e sua amante deram um ao outro em seus bilhetes de amor”, disse Catherine Curzon.

Charge Perdito e Perdita ou o Homem e Mulher do Povo
Perdito e Perdita ou o Homem e Mulher do Povo, uma charge satírica contemporânea sobre o príncipe de Gales e sua amante, Mary Robinson

Segundo a historiadora, os nomes quase não eram publicados, mas os escritores usavam códigos para disfarçar a identidade dos sujeitos que eram muito fáceis de ver. “Isso significava que era simplesmente uma questão de decodificar algumas dicas básicas sobre as pessoas envolvidas, então um príncipe pode ser referido como ‘um cavalheiro ilustre’ ou uma atriz com o nome de seus personagens mais famosos ou famosas”, esclareceu.

A especialista também lembra que, paralelamente aos jornais impressos, as gráficas e os gravadores tiveram um boom no período. As caricaturas dos ricos e famosos “eram impiedosas e espetavam escândalos e espalhavam fofocas com a mesma habilidade de qualquer coluna de jornal”, acrescentou.

“Para quem não tinha dinheiro para comprar uma gravura, havia sempre o display na vitrine da gráfica, onde podiam desfrutar dos exemplares mais chocantes e muitas vezes obscenos, sem abrir mão de nenhuma moeda. Foi uma maneira rápida e fácil de ouvir as últimas fofocas, como as manchetes das revistas de fofoca no caixa hoje ou as fofocas de celebridades em sites de notícias”, contou Catherine Curzon.

Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.

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