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Militância visual: artistas trazem demandas LGBT para música e clipe

Paulo Amaro e Antônio de Oliveira são exemplos de cantores que ganharam destaque no meio musical

atualizado

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Divulgação
Miga
1 de 1 Miga - Foto: Divulgação

Está rolando um movimento musical LGBT superbacana. A ação possui diversas frentes e modos de batalha. Tem artistas que o simples fato de cantarem usando batom, cílios postiços ou coturno já é uma forma de se posicionar. Outros fazem um trabalho mais complexo, envolvendo look, letra e clipe.

Assim é “Miga, Melhore”, do cantor brasiliense Paulo Amaro. Com um mix de rap e funk, a faixa fala sobre um amigo que vacila. No clipe, o artista dá novo contexto às palavras ao abordar a realidade política do Brasil.

Onde se concentram os centros de governo do país, as ruas estão tomadas por pessoas de verde e amarelo, segurando cartazes homofóbicos e pedindo a volta da ditadura. Paulo joga a real neles ao mesmo tempo que desbanca um esquema de corrupção.

 

Em outro lugar, lá no Pará, o cantor Antônio de Oliveira compôs “Viva o Moço”. Foi a forma que ele encontrou de dizer como se sentiu ao romper com 21 anos de agressões e medos. A mensagem chegou a seu destinatário.

Fernanda Gaia Brito, artista audiovisual, procurou Antônio com a proposta de gravar um clipe. A versão visual da música foi inspirada em um sonho da diretora, no qual um armário pegava fogo. Assim nasceu o manifesto íntimo e pessoal de “Viva o Moço”.

A arte pode expor uma dor coletiva, traduzindo-a como uma traição individual. Um sofrimento íntimo pode tocar a todos nós. É ótimo ver isso realizado de forma tão completa: letra, música e clipe.

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