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Champion Ligay: campeonato de futebol LGBT é golaço contra preconceito

A 2ª edição do torneio será em Porto Alegre, a partir do dia 13 de abril

atualizado

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Jonathan Penha/Divulgação
Bravus
1 de 1 Bravus - Foto: Jonathan Penha/Divulgação

Vocês já sabem o que vão fazer neste final de semana (14 e 15 de abril)? Eu vou chamar os amigos, botar umas cervas para gelar, preparar um churrasco e ver futebol os três dias inteiros. Não tem como perder o 2º Champions Ligay, em Porto Alegre (RS).

Equipe anfitriã e organizadora, a Magia Sport Club (RS) é a cabeça de chave do Grupo A e disputará a primeira fase com os conterrâneos Pampacats, Alligaytors (RJ) e Unicorns (SP). O Grupo B é composto pelo atual campeão Bharbixas (MG), Bravus (DF), Beescats (RJ) e Futeboys (SP). Na chave C, estão Afronte (SP), Sereyos (SC), Bulls (SP) e Capivaras (PR).

Para quem quiser assistir, os jogos serão transmitidos ao vivo na fanpage do campeonato no Facebook. A entrada custará 1kg de alimento não perecível. O torneio ocorre no Complexo Esportivo Soccer City (R. Lauro Müller, 700 – Navegantes). Durante o evento, haverá shows de drag queens, cheerleaders, escola de samba e muitos mais.

Reprodução

 

A escolha de Porto Alegre não foi por acaso. Segundo os organizadores, a ideia é “retirar” a fama atribuída ao povo gaúcho de ser preconceituoso. O campeonato conta com apoio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Prefeitura de Porto Alegre e da Federação de Soccer Society do Rio Grande do Sul (FSSRS).

Pelo porte do evento, a expectativa é a injetar mais de R$ 350 mil na economia local. Desse valor, cerca de R$ 100 mil só na organização do evento. Até o momento, 170 quartos da rede hoteleira já estão ocupados para o final de semana da competição e os organizadores estimam que esse número dobrará até a data de abertura.

O espírito da competição, de acordo com o presidente do time Magia, Renan Evaldt, é de que “apesar dos times competirem dentro de campo, promove a inclusão, por meio do esporte, estimula a criação de novas equipes em todo o país e ajuda a acabar com o preconceito”.

Busca-se a inclusão num sentido bastante amplo. Por exemplo, na equipe Bravus, do Distrito Federal, a técnica é uma mulher, Maire Helen – ex-zagueira da Seleção Brasileira. Aliás, héteros são permitidos apenas dentro da equipe técnica, mas não compondo os times.

Senti falta de mulheres em campo (talvez times mistos ou formado por lésbicas). Que tal discutir essa possibilidade? Esta é apenas a segunda edição, muita coisa pode ser feita para quebrar outras barreiras.

O representante do DF na competição foi fundado em agosto de 2017 e na primeira Champion Ligay ficou em 5º lugar. Na verdade, o Bravus nasceu como uma forma de desmistificar a ideia de que gays e futebol não se conectam. Por enquanto, o time é todo bancado pelos próprios jogadores e está em busca de patrocinadores.

Quem quiser entrar em contato com o Bravus, para jogar uma partida ou dar apoio, é só ir ao perfil deles no Instagram. Eu mesmo já estou aqui, sonhando em comprar uma camisa oficial do time porque ela é lindíssima. Procure a equipe da sua cidade e descubra como você pode apoiá-los.

Os organizadores têm trabalhado para mostrar que o Champions Ligay é um evento esportivo como outro qualquer: com esporte de qualidade e capaz de gerar renda. No país do futebol, no qual se grita “bicha” como ofensa a cada tiro de meta, mudanças no campo podem gerar resultados em uma sociedade inteira.

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