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Saiba por que meditar ajuda na preparação para concursos

Mais simples do que parece, prática auxilia na memorização, concentração e equilíbrio. Na Tailândia, ajudou meninos presos na caverna

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1 de 1 meditação - Foto: iStock/Foto Ilustrativa

Meditar deixou de ser uma prática relacionada exclusivamente aos monges budistas ou demais adeptos de filosofias orientais. A comunidade científica comprovou o que seus praticantes já sabem há milênios: faz bem para a mente e para o corpo.

Entre os benefícios, está a melhoria de aspectos como concentração, memorização, equilíbrio emocional, redução do estresse e da ansiedade. São conquistas almejadas por todo candidato para obter aprovação em concursos.

Entretanto, o imediatismo, a alta cobrança pessoal (e de familiares) por resultados, além do enorme volume de conteúdo a ser aprendido para as provas, leva os concurseiros a perderem o sono e a se manterem em estado de alerta.

Como tentativa de aliviar os sintomas, os pretendentes buscam recursos como remédios estimulantes ou potencializadores da atividade cerebral, bebidas com cafeína e tranquilizantes. Radicais, essas substâncias podem trazer prejuízos graves para a saúde e pôr a perder todo investimento. Para alguns – e em número crescente –, felizmente, a escolha tem sido outra: meditar.

A meditação foi um dos elementos decisivos para os meninos presos em uma caverna na Tailândia suportarem os 17 dias de espera pelo resgate. Orientados por seu treinador, ex-monge budista e único adulto no grupo, os jogadores mirins de futebol puderam reduzir a ansiedade, a angústia e aumentar o estado de positividade enquanto aguardavam o salvamento.

A notícia correu o mundo, reforçando a relevância da prática meditativa em situações de estresse, estado emocional comum entre os concurseiros.

Sem esvaziar a mente
Ao contrário do que se imagina, meditar não é “não pensar em nada”. Tampouco precisa ser praticada por horas, em posição de lótus num ambiente com música suave e cheiro agradável. Pode ser bem mais simples, especialmente para os iniciantes: bastam cinco minutos, sentado de forma ereta, confortável e com a respiração adequada.

Para os cientistas da Psicologia Positiva, meditar aumenta a sensação de satisfação perante a vida, conforme descreve Shawn Achor, autor do livro O Jeito Harvard de Ser Feliz. Em sua pesquisa para a obra, ele encontrou estudos comprovando que, logo depois de meditar, “vivencia-se sentimentos de calma e contentamento”. Com o tempo, é possível reconfigurar permanentemente o cérebro, reduzir o estresse e aumentar a imunidade.

O principal objetivo da meditação é ter o foco na produção de relaxamento muscular e psíquico ao reduzir os pensamentos lógicos. Para sua boa prática, bastam três elementos: respiração, concentração e postura. O efeito imediato é a redução da atividade cerebral e melhoria na oxigenação do corpo e, com o tempo, a técnica pode interferir no comportamento e na saúde física.

Prática e hábito
Como qualquer novo hábito, repetição e persistência farão com que os benefícios apareçam. O primeiro passo, sem dúvida, é quebrar a crença de que meditar é impossível para quem é (ou está) muito agitado ou cheio de preocupações.

Essa não é uma verdade. Vale lembrar: pesquisas mais recentes chegaram à conclusão que, para transformar uma ação em hábito consistente, são necessários 66 dias, e não os 21 dias como se acreditava anteriormente.

O esforço vale a pena. Além de conseguir se desligar das preocupações e dormir melhor, descansando o corpo e a mente, o concurseiro poderá estar mais presente na hora de estudar, mantendo-se longe de distrações, concentrando-se no que realmente é importante e, assim, se sentindo mais seguro e confiante. Com o exercício, em poucas semanas, os ganhos emocionais são perceptíveis em relação à ansiedade, quebra de crenças limitantes e de autossabotadores.

Escolher o tipo de meditação com que mais se identifica pode ajudar. Entre as mais comuns, estão Zazen, de origem zen-budista, que estuda o self; Kinhin, vivenciada quando se faz caminhada concentrando-se nos pés ao pisar; meditação transcendental, de origem hindu, com repetição de sons a si mesmo. Além das muito conhecidas: a guiada, com construção de imagens relaxantes, e a ioga, que utiliza o relaxamento somado à atividade física e posturas.

Grupos de adeptos fortalecem a determinação e a persistência. Seja por meio dos diversos aplicativos disponíveis para celulare ou, presencialmente, pela companhia de pessoas com os mesmos objetivos, cria-se uma rede de apoio mútuo que facilita a criação do hábito.

No Distrito Federal, há diversos locais que oferecem a meditação gratuitamente para iniciantes e praticantes avançados. Na Internet também é fácil encontrar vídeos e sites que orientam passo a passo como meditar.

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