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Performance com 200 pessoas vai criar obra de arte na Torre de TV

Quem quiser participar da interação urbana e artística pode se inscrever gratuitamente. A obra será criada ao vivo no dia 18 de março

atualizado

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INTERPOL/Divulgação
argila
1 de 1 argila - Foto: INTERPOL/Divulgação

A artista dinamarquesa Lilibeth Cuenca Rasmussen está em Brasília para movimentar uma série de performances que dialoga com a arquitetura da cidade-patrimônio. Uma delas vai reunir 200 voluntários no gramado da Torre de TV (“Vestígios”, 18/03, às 16h) para transformar o verde que recobre o solo numa tela viva a partir de pegadas humanas sobre argila branca.

A ação íntegra a IV Encontro Brasil – Dinamarca Criação e Estudos em Performance. É possível ainda se inscrever para “Vestígios” (clique aqui)

A relação com a arte primitiva sustenta uma série de performances de Lilibeth Cuenca Rasmussen, batizada de “Gaia” (Mãe Terra), que teve intervenções urbanas em países como Alemanha, Filipinas, China e Suécia. Em 2012, a artista representou a Dinamarca na prestigiada Bienal de Veneza.

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Gaia é uma tentativa pessoal de conexão real com a terra, aqui onde estou, em pé e agora, e com o ambiente ao meu redor

Lilibeth Cuenca Rasmussen

“Vestígios” é um trabalho coreográfico que dialoga com o grafismo indígena, no qual mais de 200 participantes vão construir uma obra de arte efêmera (sobre argila branca misturada com água em contraste com o verde do gramado). A partir de movimentos repetitivos e contínuos em um estilo rítmico e estritamente coreografado, os artistas criam uma imagem enorme que surgirá no gramado. O diálogo será intenso com a escala monumental de Brasília, que tanto impressionou a artista, em 2015, quando veio ao Brasil e decidiu conhecer a capital federal.

Essa performance minimalista, investiga como um conjunto numeroso de pessoas motivadas por criarem algo juntas, podem se relacionar com a arquitetura, com o solo e entre si, por meio da arte

Deborah Dodd

 

Professora do curso de licenciatura em dança Instituto Federal de Brasília (IFB) e coordenadora geral do projeto, Deborah Dodd é testemunha do fascínio de Lilibeth ao ficar pela primeira vez diante de Brasília. A amplidão dos gramados, a escala extra-humana e os desníveis de plano no Eixo Monumental foram alguns dos aspectos que impressionaram a artista.

Naquela momento, ela desejou realizar as performances em cenários de Brasília

Deborah Dodd

Uma paisagem em especial tocou Lilibeth: a interação do céu e de suas nuvens com dos edifícios de Oscar Niemeyer, que atuam modificando essa natureza espetacular.

Quando estou em terreno estrangeiro, a tentativa é de decodificar aspectos dessa identidade cultural estrangeira, com seus hábitos e rituais próprios, traduzindo-a e incorporando-a na performance

Lilibeth Cuenca Rasmussen

Além de “Vestígios”, Lilibeth Cuenca Rasmussen comanda mais dois trabalhos performático:

a) Na sexta-feira (10/3, às 16h), na Praça do Museu da República Honestino Guimarães, a artista dirige a interação “Desdobrando Sementes”, entre 40 performers e o monumento de Niemeyer, a partir de movimentos com panos de diferentes tonalidades de azuis, criando assim uma relação com o branco do edifício, o cinza do concreto e, claro, com o céu.

b) No dia 17/3, às 20h, diversos trabalhos de criação de artistas brasileiros e escandinavos (seis estão residentes na cidade) serão apresentados no Memorial dos Povos Indígenas.  Eles integram os “Pontos de Encontro e Criação” (Twin Labs), que funcionam como plataformas de encontro e de contaminação artística.

O IV Encontro Brasil – Dinamarca Criação e Estudos em Performance é projeto financiado pelo Instituto Cultural da Dinamarca (ICD), pela Agência de Arte da Dinamarca e pela Escola Superior de Arte e Design da Universidade de Bergen (Noruega), com o suporte acadêmico e estrutural da Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília e apoio do Sesc.

Conheça mais sobre o impactante trabalho de Lilibeth Cuenca Rasmussen.

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