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2016: O ano em que o Brasil dançou com o Patubatê

Grupo brasiliense que integrou o Comboio da Tocha Olímpica viveu momento inesquecível

atualizado

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Divulgação
patubate
1 de 1 patubate - Foto: Divulgação

Um dos grupos musicais de maior visibilidade do Distrito Federal ganhou o país em 2016. Escolhido para compor o trajeto da tocha olímpica, o coletivo percussivo esquadrinhou o Brasil. Foram 330 cidades, durante 95 dias, numa média de oito horas diárias, totalizando mais de 750 horas de tocada, em cima de um caminhão.

Patubatê e a tocha: experiência transformadora

 

O Patubatê passou da favela ao bairro chique, dos pontos turísticos aos não muito conhecidos. Conheceu todo tipo de vegetação, tocou sob todos os climas para uma população de sotaques misturados, que forma este Brasil continental. Participaram dessa maratona: Fred Magalhães, DJ Raffa, Felipe Fiúza, Rodolfo Muñoz, Thiago Viégas, Júnior Viégas e Edinho Silva.

O Comboio da Tocha Olímpica transformou o grupo, que teve contato com produtores de ponta do show business, atingindo um nível de trabalho nunca experimentado. Aprendeu trabalhando e saiu dessa experiência com uma outra forma de pensar a carreira.

Com o maestro João Carlos Martins e a sua Camerata Bachiana

 

A experiência ainda promoveu o trânsito com artistas como Carlinhos Brown e o maestro João Carlos Martins. Novas parcerias podem nascer desse contato.

Arquivo pessoal
Fred (de vermelho) com Carlinhos Brown

 

O Metrópoles aproveitou o clima de retrospectiva e conversou com Fred Magalhães, produtor executivo, músico talentoso e um dos líderes do Patubatê.

 

Qual foi a receptividade dos brasileiros ao Patubatê?
As pessoas olhavam para o grupo como uma coisa do outro mundo, que estava chegando naquele momento. Fomos agraciados como muita alegria, energia positiva e carinho.

O som do Patubatê sai transformado dessa experiência?
Acho que o som da gente saiu transformado daqui de Brasília, no dia 3 de maio (quando iniciamos a rota), pois tivemos o desafio de fazer arranjos de percussão de trilhas sonoras compostas pelo compositor, músico e performer Carlinhos Brown. Além disso, descobrimos timbres (sons) bem interessantes com peças de carros da Nissan, que foram incorporados ao trabalho do grupo, sem contar as coreografias e performances que criamos para essas músicas.

Há um movimento patriótico trazido pela tocha que entrava em choque com o Brasil em convulsão política por conta do impeachment. Como vocês perceberam essas contradições?
Às vezes, as pessoas até se manifestavam politicamente, mas quando todo o Comboio da Tocha passava, quebrava um pouco esse sentimento. Apenas em Angra dos Reis, no Rio, sentimos uma manifestação, onde foram arremessados paus e pedras contra o Comboio. Mas foi logo resolvida, com a ação pacífica da Força Nacional, que vinha nos acompanhando.

É possível eleger alguns momentos inesquecíveis?
Em uma cidade de Minas Gerais, tinha uma menina que era completamente comprometida fisicamente. Só mexia os olhos. Ela conduziu a tocha com os pais e, quando a gente passou, ela simplesmente abriu um sorriso de fora a fora. Aquilo nos causou uma choradeira sem fim. Teve também a turnê com o grande maestro João Carlos Martins, que foi uma das emoções mais fortes que já senti na vida.

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