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Negras e empoderadas: Marlene Souza Lima é ás da guitarra jazzística

De uma família musical, instrumentista, nascida no Rio e radicada em Brasília, é uma referência na música instrumental brasileira

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Marlene Souza Lima tem uma dedicação incansável ao estudo do violão e da guitarra. Se a apresentação está marcada para as 19h, duas horas antes, ela está dedilhando cada corda como se descobrisse novos mundos. É impressionante vê-la no bastidor de “L, O Musical” esmerilhando um dom de menina, que a levou a ser, hoje, uma das mais respeitadas instrumentistas do país.

Com três anos de idade, a garotinha preferia trocar as bonecas pelos instrumentos do pai, saxofonista, e do tio. Juntos, eles ensaiavam para manter na ativa um conjunto musical. Era preciso tirá-la dali para deixá-los trabalhar. Adolescente, filava as aulas de violão da irmã Lubélia. Aprendia músicas da moda. Era o período da disco music, que marcou profundamente o gosto artístico da futura instrumentista.

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Quando eu falei que queria seguir a música, meu pai me chamou e disse que era uma profissão complicada, sem segurança financeira. Você precisa estudar outra coisa para ter uma garantia

Marlene Souza Lima

Marlene não deu muita bola. Passou a estudar mais e mais o violão. Comprava aquelas revistinhas de cifras e voava no aprendizado. Sensível, o pai observou que ela rapidamente passava de acordes simplificados para mais complexos. Mudou de ideia.

 

Ele viu que não tinha jeito e resolveu me colocar para estudar com os melhores professores

Marlene Souza Lima

Marlene foi para a Escola de Música de Brasília. Ali, fez a festa. O violão era o foco inicial. Mas aí veio a guitarra, aperfeiçoada com as aulas do mestre Nelson Farias. Era tudo para começar os jogos de improvisos.

Marlene é jazzística. As influências são de berço. O pai é saxofonista e a mãe, ouvinte de jazz. Em casa, não se apreciava música com letra. A mãe tinha uma versão toda particular para embalar as crianças antes de dormir. Ela cantarolava um tema de James Brown.

Se a música norte-americana sempre norteou a formação musical de Marlene, a MPB tocada nos rádios foi uma base para explorar possibilidades de fusões. Nos anos 1990, Marlene participou de um grupo musical que estudava os sons de Hermeto Pascoal, incorporava ainda elementos regionais, como maracatu e frevo.

Marlene tocou em casas noturnas de São Francisco (EUA) e tem em Pat Metheny e John Scofield duas de suas maiores referências. Lançou o primeiro álbum em 2011 e faz shows Brasil afora. Recentemente, gravou um DVD ao vivo no Sesc Newton Rossi. Agora, segue temporada de “L, O Musical” no Rio.

A música me escolheu desde menina. Sou música

Marlene Souza Lima

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