10 sintomas de que você pode ter sido picado pelo aedes fascistas
Atos e comportamentos de intolerância crescem no Brasil e ameaçam a saúde da democracia
atualizado
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O aedes aegypti é mutante. Depois de espalhar dengue, zyca, chikungunya e febre amarela, o mosquito maldito está contaminando o Brasil com outra doença esquisita, que leva as pessoas a comportamentos extremos e desumanos. Se for confirmado, o inseto poderá ser rebatizado como aedes fascista.
Cientistas estudam mostras de sangue das vítimas em busca de uma vacina. O tratamento, por enquanto, é a base de leituras de livros, debates presenciais e filmes humanistas. Por enquanto, 10 sintomas foram mapeados pela comunidade científica. A combinação de mais de três indica que o paciente deve ligar urgente para o plantão 24 horas: Disque Professor de História.1) Tudo é mimimi – Um dos sintomas imediatos do aedes fascista é achar que o clamor por direitos humanos para minorias é frescura. Quando ficam diante de uma reclamação por justiça de negros, gays, nordestinos ou mulheres ficam rubros e digitam nervosamente “mimimi”.
2) Ódio febril – Aedes em grego significa odioso. Então, o ódio vocifera nos infectados que desqualificam o opositor com as piores grosserias. Depositam esses ovos de serpentes em caixas de comentários. Xingam e desqualificam quem pensa de forma diferente. Invadem páginas em grupos e humilham as pessoas até elas não aguentarem mais.
3) Guerreiros divinos – O aedes fascista ataca o cérebro e faz com que o infectado pense ser um soldado divino. Assim, está protegido para ofender, desejar o mal e perseguir os inimigos do seu “Senhor”. Fazem isso sem culpa alguma porque não conseguem se lembrar de mandamentos religiosos fraternos como o mais poético de todos: “Amar ao próximo como a si mesmo”.
4) A casa é o poder – Os infectados perdem a noção do que é estar em sociedade. Acreditam que instituições sociais secundárias, como igreja e família, são o grande centro do poder. Esquecem que o Estado é para todos. Pensam que o país deve servir apenas aos que habitam em seu rol de convívio.
5) Alergia à arte – Um sintoma gravíssimo indica um segundo estágio da doença. Os enfermos do aedes fascista criam ojeriza ao pensamento artístico, que questiona o cotidiano, o poder, o lugar-comum, os costumes arcaicos. Vê na arte uma ameaça à vida regrada por normas de conduta.
6) Pânico moral – Em estado de piora, os infectados deliram coletivamente tendo o que, na psicologia comportamental, chama-se pânico moral. Trata-se de uma histeria sobre um fato episódico, capaz de ganhar proporções dramáticas. Recentemente, o caso da performance do artista nu no MAM foi um exemplo.
7) Desejos por censura – Um indicativo de que o infectado pode estar num grau avançado da doença é a vontade incontrolável de proibir tudo que possa questionar as suas convicções. Querem fechar exposições, encerrar peças de teatro, chamar a polícia para prender artista. É uma loucura!
8) Somos iguais – Se confirmada a positividade da doença, o infectado não quer conviver com ninguém que esteja fora do que acredita ser o seu padrão de convívio. Alguns enlouquecem e quebram templos de outras religiões. Outros agridem quem deseja mudar de gênero.
9) Arma no peito – Nessa fase avançada, as pessoas se tornam bélicas. Querem andar armadas e eliminar quem possa colocá-las em risco. Não há segunda chance para quem erra. A pena de morte torna-se um possível final feliz para quem se infectou.
10) A busca por um mito – Os infectados perdem a autoestima. Agarram-se a figuras míticas que abasteçam seus delírios febris. Esses mitos podem segurar escrituras sagradas nas mãos, riem e zombam da humanidade, orgulham-se de manter o ódio como sentimento de vida e se sentem acima do bem e do mal. Recomenda-se nesse estágio a internação compulsória.