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Messi, o incontestável melhor do mundo

Em 2019, não houve quem se aproximasse do nível, da genialidade e da frequência com que o argentino decidiu partidas para o Barcelona

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Kristy Sparow/Getty Images
Ballon D’Or Ceremony At Theatre Du Chatelet : Inside Ceremony In Paris
1 de 1 Ballon D’Or Ceremony At Theatre Du Chatelet : Inside Ceremony In Paris - Foto: Kristy Sparow/Getty Images

Durante a maior parte da última década, as premiações individuais foram completamente dominadas por Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. A competitividade entre os dois sempre ajudou a manter o sarrafo lá no alto, com um puxando o nível de exigência do outro. Com dois nomes tão diferentes dos demais, os prêmios entraram em uma nova fase: a das estatísticas e taças como critérios.

Entre 2014 e 2018, as cinco edições de Champions League tiveram Messi ou Cristiano Ronaldo como campeões. Voltando um pouco mais, desde 2008, apenas três anos (2010, 2012 e 2013) não tiveram um representante da dupla no alto do pódio do torneio mais importante de clubes do planeta. Não é normal.

Diante de tanta anormalidade, as premiações se viram em uma situação bastante peculiar: como não recompensar um deles? E pior: como escolher qual deles recompensar sem criar uma injustiça?

O conceito de justiça é bastante relativo em avaliações subjetivas. E qualquer voto, em uma premiação, é subjetivo. Seguirá critérios próprios, podendo conter mais ou menos horas de futebol assistido, maior ou menor preferência pelo estilo de um ou outro, mais ou menos peso para estatísticas, maior ou menor necessidade de premiar um campeão… e por aí vai.

Diferentemente de boa parte da história dos prêmios da Fifa ou da Bola de Ouro da France Football, a polarização gerou um momento tão extremo que fugiu do lado mais lúdico da festa. Não bastava opinar sobre o melhor. Ao comparar jogadores com números de máquinas, era necessário justificar. E, teoricamente, nada mais óbvio que usar números para mensurar. Assim, começou uma guerra dos dados, muitas vezes frios e fora de contexto, mas que se espalham pela internet como verdades absolutas e fórmulas incontestáveis.

Só que, por mais que a qualidade da estatística evolua cada vez mais no futebol, qualquer avaliação ainda precisa da análise do jogo. E tal guerra tentou dar uma objetividade incoerente com a proposta do prêmio. Quem foi o melhor jogador do ano? A pergunta é ótima, mas não é quem teve melhores números, quem fez mais gols ou quem conquistou mais títulos no ano. E são coisas diferentes, embora possam ser complementares.

Em 2019, o Liverpool quebrou a sequência espanhola e faturou a Liga dos Campeões. Cristiano Ronaldo já não estava mais na mesma liga nacional de Messi, mudando a dinâmica das comparações. E 2018 já havia servido como reflexão mundial sobre o assunto.

Quando Modric venceu o prêmio, foi claramente a escolha de um símbolo do ano. Foi campeão da Champions e vice da Copa do Mundo, mas não necessariamente como melhor jogador do time em um ou outro torneio. Uma linha de raciocínio compreensível diante da objetividade dos anos anteriores, mas altamente questionável diante de qualquer avaliação qualitativa. Talvez tenha sido uma forma de aproveitar a oportunidade e fugir da “mesmice” que, para alguns, já havia cansado. Não convenceu ou repercutiu bem.

O que fazer em 2019? Van Dijk teve um ano fantástico, assim como Alisson ou Sadio Mané, os três principais nomes da temporada 2018/19 do Liverpool. Claramente merecia ficar entre os primeiros, até pela soma dos fatores e diferentes critérios. Mas como comparar com o desempenho de Lionel Messi? Certamente não seria – e nem poderia ser – pelos números ou títulos.

A melhor forma voltou a ser por meio do futebol visto a cada rodada e a cada semana nas diversas ligas europeias. E, neste aspecto, não havia como competir com o ano de Messi. Aliás, sob este olhar, o argentino também teria vencido em 2018, pois foi quem mais jogou no período. Curiosamente, a criticada objetividade do prêmio de Modric ainda seria o argumento de muitos para entregá-lo a Cristiano Ronaldo, então campeão com o Real Madrid e supostamente injustiçado.

Em 2019, não houve quem se aproximasse do nível, da genialidade e da frequência com que Messi decidiu partidas para o Barcelona. Em um time repleto de problemas coletivos e distante do que deveria apresentar, o argentino desequilibrou semanalmente. As goleadas de um campeonato constantemente rotulado como fácil inúmeras vezes eram fruto da capacidade de Messi transformar uma partida complicada em três pontos ganhos. E assim o Barça conquistou mais uma Liga. Sem jogar tão mais que qualquer outro adversário, mas com um jogador capaz de mudar a história de tantos jogos.

Messi foi o melhor jogador do mundo em 2019 e tem sido já há algum tempo, embora não vencesse a Bola de Ouro desde 2015. Isso não apaga ou diminui a qualidade de qualquer outro jogador. Especialmente de Cristiano Ronaldo, que é uma máquina de competir e consegue se manter no topo por tantos anos, mesmo dividindo a geração com um dos maiores da história.

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