Mesmo em tempos de maior liberdade sexual, muitas pessoas ainda optam por não fazer sexo até a noite de núpcias. Só no movimento cristão Eu Escolhi Esperar, se encontram mais de 3 milhões de pessoas adeptas.

De acordo com a fisioterapeuta pélvica Débora Pádua, se guardar para o casamento não é um problema. O que pode ser prejudicial é a privação de informações sobre sexo, sexualidade e o próprio corpo.

“Muitas vezes, as pessoas veem possíveis conversas e esclarecimento de dúvidas sobre sexo como uma possível tentação. Logo, para continuar em seus propósitos, acabam se privando de tudo que tenha relação com sexualidade”, explica a especialista.

Para tentar dar alguma luz em um momento que deve ser bom ao invés de um verdadeiro pesadelo para estas pessoas, além de tentar evitar o desenvolvimento de algumas disfunções sexuais, Débora lançou, em novembro de 2019, o curso online Casar Virgem.

O que se aprende?

Durante os nove módulos com aulas de 20 a 30 minutos, são abordados temas que vão desde a anatomia dos corpos feminino e masculino, até questões de preparação para a primeira noite, preliminares, e dúvidas frequentes.

A fisioterapeuta revela que, ainda que para muita gente pareça inimaginável, existem inúmeras dúvidas sobre sexo – tanto de casais já comprometidos quanto de pessoas que ainda não têm um parceiro, mas decidiram casar virgens.

“Há muitas mulheres que ficam nervosas por não saberem se dentro delas há, de fato, espaço para um pênis; casais que têm dificuldade em transar porque não conseguem achar o ‘buraco’; mulheres que se desesperam na primeira vez que veem um pênis. Com o curso, as pessoas têm oportunidade de estarem mais preparadas na hora que for acontecer”, justifica.

Também há a preparação para que as pessoas entendam que nem sempre o sexo vai ser maravilhoso – principalmente nas primeiras vezes -, e está tudo bem. “Eu digo que eles podem ir com calma, que não é preciso fazer tudo no mesmo dia. Eles estão se conhecendo e é só o início da vida sexual”, garante.

Linguagem coerente

Uma das principais preocupações de Débora ao idealizar e preparar o curso foi a linguagem que seria usada para passar informações que, muitas vezes, são tratadas como “proibidas” para quem segue o ideal da virgindade.

Para isso, foram evitados conteúdos muito chocantes, como imagens ou palavras explícitas demais, e alguns assuntos que poderiam vir a ser aversivos para alguns. “O sexo oral, por exemplo, é considerado pecado mesmo dentro do casamento por algumas igrejas. Então optamos por não abordar o assunto”, comenta.

Feedback positivo

Desde então, a idealizadora do curso tem percebido um retorno positivo de quem o adquire. “Eles se sentem muito gratos, dizem que a vida mudou para melhor e que vão recomendar o curso. É muito legal perceber que eu consigo ajudar pessoas ao compartilhar as informações que tenho”, diz.

Foi o caso de Juliana Cesarim, 23 anos, que viu no curso Casar Virgem uma luz para a apreensão em que ela e o noivo ficavam em relação à vida sexual.

“Soube do curso porque já seguia a página da Dra. Débora. Eu tinha muitas dúvidas sobre como eu deveria agir, e o curso, além de me ajudar, desfez o tabu de que isso é um assunto que não deve ser falado”, conta Juliana. Com o casamento marcado ainda para março, a jovem hoje entende a importância de se informar sobre o assunto.

Próximos passos

Com a repercussão positiva, Débora tem como plano lançar mais módulos do curso – que pode ser adquirido pelo valor de R$39,90 -, de acordo com novas dúvidas que forem surgindo.

A boa notícia é que, quando adicionados, eles estarão disponíveis também para quem já fez o curso e quer se atualizar, já que o acesso às aulas é vitalício após a aquisição. “Sempre que tiver atualizações, quem já comprou vai ter acesso sem pagar nada a mais por isso”, explica.

Além disso, a fisioterapeuta já estuda fazer um canal no Youtube com vídeos didáticos sobre sexualidade e lançar mais um curso online – desta vez voltado para adolescentes em geral.