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A plástica genital feminina é uma boa opção?

A cirurgiã plástica Tatiana Turini responde perguntas sobre como a cirurgia íntima afeta a sexualidade e a sensibilidade

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Estético, físico ou psicológico. Segundo a cirurgiã plástica Tatiana Turini, membro especialista e titular da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), da ASPS (Sociedade Americana de Cirurgia Plástica) e da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética) esses são os três principais motivos que levam as mulheres a procurar a plástica genital.

Tatiana detalhou o assunto em seu artigo O Impacto da Ninfoplastia na Sexualidade, publicado no PubMed. No texto, a cirurgiã analisa como o procedimento afeta a qualidade de vida, a sexualidade e a sensibilidade, além de responder se existe uma idade certa para realizar a prática e se ela ajuda no rejuvenescimento.

Confira, abaixo, o texto na íntegra para descobrir tais respostas.

Quando falamos de plástica genital feminina, pensamos primeiramente em cirurgia para a correção de hipertrofia dos pequenos lábios vaginais. De fato, é o procedimento cirúrgico estético e/ou funcional da área da vulva mais realizado e está havendo grande divulgação em relação ao aumento de cirurgias de ninfoplastia realizadas. O número de procedimentos aumentou 217,3% nos últimos cinco anos nos Estados Unidos. No ano de 2016, foram realizados quase 200.000 práticas deste tipo por cirurgiões plásticos no mundo, segundo estatística da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica estética.

Outros procedimentos cirúrgicos da área genital visam, além da hipertrofia de pequenos lábios vaginais, o aumento e/ou melhora de flacidez de grandes lábios vaginais, a diminuição deles, do clítoris e também do prepúcio clitoriano.

Como existe uma infinidade de tipos de vulvas, o desconforto com a região genital não é necessariamente um fator presente. Tanto do ponto de vista estético quanto funcional, consequentemente, nem sempre existe a intenção de mudar/ melhorar a área, ou seja interesse de operar.

Por isso, esses procedimentos, assim como outros dentro da cirurgia plástica, devem vir precedidos de uma queixa ou desconforto da mulher e não de uma busca por uma vulva “perfeita”.

Qual principal motivo que leva as mulheres a fazer este tipo de plástica?
Normalmente, a estética é o principal motivo que traz as pacientes ao consultório. A queixa é de volume excessivo em roupas íntimas, roupas de ginástica e biquíni. Outra reclamação muito comum é de perda de volume e flacidez dos grandes lábios vaginais.

Quando o motivo não é estético, a dor durante o ato sexual é a queixa mais comum e deve estar relacionada à introdução de pequenos lábios junto ao pênis durante a relação.

A questão psicológica também é muito comum e diz respeito à vergonha dessas mulheres de ficarem despidas em frente ao parceiro(a). Esses traumas podem trazer consequências para a vida.

Existe idade para operar?
Existem afecções da vulva de origem congênita, ou seja, podem estar presentes desde o nascimento. E também afecções genéticas. Nesses casos, pode haver desconforto estético e funcional, que surgem principalmente na adolescência, sendo a cirurgia de grande valia em tais ocasiões.

Existe procedimento para rejuvenescer?
Assim como a pele e estruturas de todo o corpo, estamos em constante envelhecimento. Desde o dia que somos fecundados, definhamos todos os dias. Mas a partir da quarta década de vida, ou seja, após 30 anos, temos uma descendência de colágeno e ai vêm as queixas de flacidez.

Para esses casos, existem alguns tratamentos, por exemplo, o uso de ácido hialurônico para melhorar de flacidez e também de volume de grandes lábios vaginais. Tratamento cirúrgico de capo clitoriano e pequenos lábios também são considerados para rejuvenescimento da região vulvar.

Existe perda de sensibilidade após o procedimento?
Existe a constatação de melhora na relação sexual para a maioria das pacientes e manutenção da sensibilidade.

Em alguns casos, pode haver melhora do orgasmo em virtude do reposicionamento de clitóris.

Quando o procedimento é executado por especialistas capacitados, a perda de sensibilidade não deve ser um impedimento para a realização da cirurgia.

Depois de quanto tempo posso voltar a ter atividade sexual?
Normalmente, após duas a três semanas de recuperação é possível voltar às atividades habituais.

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