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Feira chega a Brasília para impulsionar o empreendedorismo materno

Rede Maternativa estará na capital com mercado de produtos inéditos, workshops e espaço para crianças. E tudo de graça!

atualizado

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1 de 1 feira-3 - Foto: Divulgação

Poderia ser só mais um grupo de venda de produtos e serviços no Facebook, com mulheres oferecendo desde bonecos de feltro e carimbos personalizados até consultoria em marketing e estratégia para redes sociais. Mas a Rede Maternativa, criada em 2015, vai muito além disso.

Nascida a partir das inquietações de duas amigas com a forma como o mercado de trabalho (não) acolhe as mulheres mães, a iniciativa é hoje uma startup de impacto social, com foco no empreendedorismo materno.

“A maternidade é uma potência transformadora inegável. Ela traz para as mulheres inúmeros benefícios e potencializa qualidades muito procuradas pelo mercado”, diz Vivian Abukater, uma das responsáveis pela rede, que conecta atualmente 24 mil mães. As ações, contudo, não ficam apenas no mundo virtual: neste fim de semana, a Maternativa estará em Brasília com uma feira de produtos inéditos, workshops e espaço para crianças – tudo de graça.

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Ana Laura e Vivian, criadoras da Rede Maternativa, que empodera mulheres mães

Na entrevista abaixo, Vivian conta como surgiu a rede e quais as principais demandas dessas empreendedoras em um momento com índices alarmantes de desemprego no país. Confira:

Como surgiu a Maternativa?
A Rede Maternativa foi criada em 2015 por duas amigas que viram as portas do mercado de trabalho se fecharem quando estavam grávidas. O grupo nasceu no Facebook para discutir com amigas o que elas passavam, mas viralizou e, em apenas um mês, já agregava 600 mulheres mães. Naquele momento, entendemos que não se tratava de uma dificuldade privada. O mercado de trabalho fechava mesmo as portas para muitas mulheres. Essa era uma questão pública e sistêmica.

E como essa rede funciona hoje?
A Maternativa foi a primeira startup brasileira com foco no empreendedorismo materno. No processo de crescimento do grupo, buscando atender a uma demanda cada vez maior, evoluímos como negócio e, hoje, temos como missão transformar a relação entre o mercado de trabalho e as mães.

Nossos pilares são: networking e conexão; formação, com capacitação gratuita para mulheres empreendedoras; oferecimento de consultorias e palestras para empresas que queiram aprofundar o debate sobre maternidade e trabalho, além de melhorar a relação com suas funcionárias e colaboradoras; e visibilidade, com a criação de hashtags e eventos de empreendedorismo materno.

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Como você percebe o cenário atual do mercado de trabalho para as mães? A crise empurrou muitas mais para o empreendedorismo?
O Brasil passa por momentos delicados na economia. Em março, o desemprego subiu para 12,7% e atingiu 13,4 milhões de brasileiros. Essa situação tende a piorar ainda mais o cenário para as mães. As estatísticas já não eram favoráveis. Estudos recentes da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontaram que 48% das mães deixam o mercado de trabalho antes de os filhos completarem 1 ano. A maior parte é demitida após retorno da licença-maternidade, quando acaba a estabilidade prevista por lei.

Mães que querem se manter ativas e principalmente que precisam de dinheiro para o sustento da família encontram no empreendedorismo uma saída. A rede cresceu bastante no últimos seis meses e a maior parte das mulheres está em busca de conhecimento para começar o seu negócio. Nosso papel é trazer conhecimento e promover apoio.

A maternidade é uma potência transformadora inegável

Vivian Abukater

Quais são as carências para essas mulheres?
As carências principais são sobre como começar e tirar uma ideia do papel. Falta também entendimento básico de finanças e organização das despesas da casa e do novo negócio.

Outro ponto é como usar as redes sociais para melhorar as vendas e como conseguir empreender trabalhando muitas vezes de casa, tendo que conciliar o trabalho doméstico e de cuidado dos filhos com a nova atividade.

Além disso, elas são carentes de reconhecimento, apoio da família e, principalmente, de seus companheiros na divisão justa do cuidado com os filhos.

E em relação às potencialidades dessas profissionais?
A maternidade é uma potência transformadora inegável. Ela traz para as mulheres inúmeros benefícios e potencializa qualidades que hoje são muito procuradas pelo mercado, as chamadas soft skills.

Entre as principais competências relatadas, está o aumento da produtividade e responsabilidade, a capacidade de dizer não (mães trabalhadoras não tem tempo a perder e por isso ganham um detector de bobagens e classificam rapidamente tudo que não é importante).

Também destaco a capacidade de adaptação, que vem das limitações físicas advindas da gestação e do pós-parto e ensinam a ver limites não como desvantagem. Outro atributo é o autoconhecimento: a maternidade é uma janela de oportunidade para olhar para si.

Filhos promovem o pensamento no amanhã e na busca de propósito.

 

Serviço:
Feira Maternativa
Domingo, 4 de agosto
Das 11h às 18h
Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul

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