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De quarentena no Brasil, top alemã aprende português e critica Vogue

Victoria Jancke já visitou várias regiões do país e agora vive em São Paulo: “Me sinto como se estivesse em casa”

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Reprodução/Instagram
Victoria Jancke
1 de 1 Victoria Jancke - Foto: Reprodução/Instagram

A top model alemã Victoria Jancke chegou no Brasil antes da pandemia do novo coronavírus ser anunciada. De início, ela se jogou por São Paulo, Paraty, Ilha Grande, Búzios, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, João de Boa Vista e Campinas e se apaixonou pelo país. A quarentena chegou e ela, que também é atriz e apresentadora, ficou presa no país que já tem mais de 70 mil mortos pelo novo coronavírus, e assiste pela televisão a Alemanha controlando bem o contágio da Covid-19.

Modelo de grandes marcas, como da L’Oreal e Volkswagen, a loira de 1,84m aprendeu português e já domina o idioma com uma naturalidade que impressiona. Foi até por causa da língua que, com vídeos bem humorados, ela viralizou na internet entre os brasileiros no TikTok e Instagram, onde já tem quase 500 mil seguidores e cerca de 80% dos fãs são do Brasil.

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“Eu sempre estive interessada no Brasil, gosto muito de aprender línguas novas e já era fluente em espanhol. Quis estudar português porque queria poder passar mais tempo no Brasil, trabalhar por aqui e ter uma vida. Essa é a segunda vez que estou no Brasil, gosto muito das pessoas, a comida – coxinha é minha favorita -, eu me sinto como se estivesse em casa aqui”, confessa a modelo.

Victoria já atuou em produções americanas e europeias e o trabalho proporcionou a ela conhecer pessoas do mundo inteiro. Também por causa disso, a modelo foi conhecendo as lutas das minorias em cada país, se tornou engajada e militante do movimento Black lives matter (vidas negras importam em português). Ela se assustou quando recebeu uma enxurrada de críticas por conta de sua posição, além de ter perdido seguidores, a maioria alemães.

“Eu perdi seguidores porque eu estou muito envolvida com os atos da Black lives Matter no meu Instagram, e eu falo muito de assuntos que outras pessoas não falam porque quero usar o meu privilégio, algo que tive a vida toda, para dar atenção para algo que importa! Então, uso minhas redes sociais para falar com as pessoas e abrir essas discussões, já que algumas mídias simplesmente ignoram isso e, na verdade, a maioria desses seguidores perdidos não eram brasileiros. A maioria eram da Alemanha. Tudo bem eles deixarem de me seguir porque não quero ninguém com pensamentos racistas em minhas redes sociais”, afirma.

Morando em São Paulo, Victoria não foge de perguntas polêmicas. Ao ser questionada sobre a criticada capa da Vogue Brasil, que ignorou a pandemia no país e estampou um ensaio antigo de Gisele Bündchen, ela é taxativa: meios de comunicação não podem ignorar assuntos que mexam com a realidade de muitos, seja qual for o tipo de veículo.

“Acho que é muito importante falar da Vogue, a italiana foi incrível mostrando respeito em sua capa, enquanto a Vogue Brasil, acho que eles deveriam mudar isso e trazer um contexto mais universal para suas capas e conteúdos, nunca é tarde para promover discussões importantes. A Marie Claire com uma enfermeira na capa foi tão incrível também! O mundo está em um momento em que discussões importantes são necessárias. Acho que isso é algo que deveriam apreciar e trazer para suas realidades. É uma mudança global que precisa acontecer, devemos parar de nos separar de acordo com a cor que temos, onde nascemos, a roupa que usamos e sexo. Temos que nos aceitar e conviver juntos. Tudo isso precisa mudar e todos aqueles que ainda não enxergam a necessidade de discussões importantes, seja de qualquer natureza, como a pandemia, racismo, homofobia, xenofobia e sexismo, precisam olhar para esses temas. Os meios de comunicação têm obrigação de dar voz a estes assuntos”, opina.

Apesar do momento turbulento no mundo, Victoria, aos 30 anos, tem conseguido bons trabalhos mesmo em meio à pandemia e consegue se sustentar no Brasil, mas reconhece que o panorama mundial não é dos melhores:

“Eu tenho sorte de ter feito trabalhos de fotos recentemente e também tenho bons trabalhos a caminho, como um filme que vou gravar este ano no Brasil e também um projeto nos Estados Unidos e, além disso, trabalho muito com minhas redes sociais, mas claro que é bem diferente em relação a trabalhos de atriz e de modelo. É tudo muito diferente agora devido a crise do coronavírus. Temos que observar diferentes coisas para termos certeza de que tudo é seguro, mas me mantenho muito positiva de que muito em breve tudo ficará melhor. Eu tenho tido bastante sorte, mas sei que é um momento muito delicado para todos. Tenho tentado ajudar como posso, participo de ações de caridade, divulgo causas e faço doações em dinheiro também”, concluiu.

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