Casas de espetáculos vivem dilema: como lucrar com o distanciamento?

Obviamente, os ingressos ficarão mais caros mas, mesmo assim, como é costume falar no mercado: a conta não fecha

Leo Dias
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As principais casas de espetáculos do Brasil já começam a se movimentar para a volta dos shows. Mas há uma questão crucial nesse mercado, neste primeiro momento. Os espetáculos só poderão voltar com distanciamento, o que significa que as mesas com assentos marcados devem retornar com força às apresentações musicais.

O número de ingressos vendidos será reduzido de maneira drástica. Obviamente, as entradas ficarão mais caras mas, mesmo assim, como é costume falar no mercado: a conta não fecha! O que quer dizer: não será possível ter lucro com público reduzido, mesmo com os bilhetes custando mais.

Com este cenário atual, ou melhor, em um futuro próximo, só há uma saída viável: os grandes artistas (os únicos capazes de esgotar ingressos caros em casas de espetáculos dos grandes centros urbanos) terão que reduzir seus cachês ou entrarem como sócios, o que significa ter participação na venda de ingressos. Só assim será possível a retomada dos espetáculos ainda neste ano.

Perceberam como esta matemática não será nada simples? Não é fácil ter um artista de renome capaz de lotar um grande ambiente como o Espaço das Américas, em São Paulo, por exemplo. Mas ainda há uma outra saída: o patrocínio dos espetáculos.

Empresas entram como parceiras dessa retomada em troca da utilização de suas marcas para um público de alto poder aquisitivo. No entanto, os donos das grandes casas são categóricos em afirmar: não existe a menor chance de os shows voltarem com menos de 50% da capacidade dos locais antes da pandemia.

Alguns governos sinalizam com 30% da capacidade, mas esse número parece inimaginável para “fechar a conta”. Resumo de tudo isso: será necessário que haja uma vontade real de todos os lados para que os show voltem neste ano.

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